Dólar cai a R$ 5,03 com alívio de investidores sobre conflito no Oriente Médio
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar caiu 1,03% nesta segunda-feira (16) e terminou o dia cotado a R$ 5,035, em meio a alívio do mercado sobre os conflitos no Oriente Médio e ao ganho de força das commodities no exterior, que fortalece divisas de países exportadores, como o Brasil.
Já a Bolsa brasileira teve avanço de 0,65%, aos 116.533 pontos, segundo dados preliminares, impulsionada tanto pela diminuição da aversão ao risco quanto pelo avanço do minério de ferro.
"O Ibovespa se recuperou das perdas da sexta (13), quando os investidores evitaram assumir riscos diante da possibilidade de escalada do conflito Israel-Hamas. Com os efeitos ainda limitados da guerra, o mercado se apoiou no alívio das preocupações com os juros nos EUA e da alta do minério de ferro em Singapura e Dalian", afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
O contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou a sessão desta segunda com alta de 2,86%, a 862 iuanes (US$ 117,93), dando força às ações da Vale, a maior empresa da Bolsa brasileira. A mineradora subiu 1,06% e foi uma das mais negociadas da sessão.
Eduardo Moutinho, analista de mercados da Ebury, chamou a atenção para a valorização de divisas sensíveis aos preços do petróleo nesta segunda-feira, com destaque para as latino-americanas.
Embora mostrassem leve queda nesta manhã, os preços do petróleo seguiam em patamar elevado após terem disparado na semana passada, com investidores considerando a possibilidade de uma escalada do conflito no Oriente Médio, principal região produtora de petróleo do mundo.
Apesar do maior apetite por divisas emergentes, operadores continuavam alertando nesta segunda-feira para os riscos geopolíticos, em meio a temores de envolvimento de outros países do Oriente Médio, como o Irã, no conflito entre Israel e Hamas. Isso poderia levar a uma explosão nos preços do petróleo que afetaria a inflação das principais economias, com impacto sobre os ciclos de política monetária dos bancos centrais.
Nesse contexto "discursos das autoridades do Federal Reserve, do BCE e do Banco da Inglaterra podem fornecer algumas informações muito necessárias sobre a visão dos bancos centrais nesta semana", disse Moutinho.
Com o otimismo no exterior desta manhã, o Ibovespa operava em alta impulsionado principalmente por Petrobras e Vale, as maiores empresas da Bolsa brasileira.
"A Bolsa está sendo muito influenciada pela dinâmica no exterior. O mercado americano está apresentando leve alta, mas ainda preocupado com a inflação e com a guerra entre Israel e Hamas", afirma Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos.
No cenário local, investidores repercutem a divulgação do boletim Focus, do Banco Central, que mostrou que analistas reduziram a projeção para a inflação brasileira neste ano.
Além disso, o mercado acompanha o avanço do projeto de taxação de fundos exclusivos e offshores, que deve ser votado no Congresso nesta semana.