Varejo faturou 6,4% menos durante o apagão em São Paulo

Por ANA PAULA BRANCO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A falta de energia em mais de 2 milhões de imóveis na região metropolitana de São Paulo entre a sexta-feira passada (3) e a última terça-feira (7) afetou o desempenho do varejo a pouco mais de um mês para o Natal e às vésperas da Black Friday.

Segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado, que acompanha mensalmente a evolução de mais de 900 mil varejistas do país, o apagão em São Paulo provocou queda de 6,4% no faturamento. A comparação é com período similar de 2022 (4 a 8 de novembro).

Carlos Alves, vice-presidente de tecnologia e negócios da Cielo, diz que diferentes setores, dos 18 mapeados, foram atingidos em um final de semana em que a capital recebia grandes eventos, como o GP de Fórmula 1, e com feriado prolongado.

O índice mostra que, até a queda de energia no período da tarde, o varejo paulistano apresentava desempenho 14% superior em relação à sexta-feira comparável do ano passado. Após a queda de energia, houve queda de 12,5%. Ainda assim, o saldo daquele dia ficou positivo, em 2,1%.

Já no sábado, dia tradicionalmente forte para o comércio, a retração nas vendas chegou a 14%. Conforme o fornecimento de luz se normalizava pela cidade, o efeito diminui, mas ainda assim foi sentido no domingo (-7,0%), na segunda-feira (-6,8%) e na terça-feira (-5,5%).

O apagão começou no meio da tarde da última sexta (3), após tempestade com rajadas de vento de mais de 100km/h. Nesta sexta (10), praticamente todos os clientes impactados (99,99%) estavam com o fornecimento de energia restabelecido, segundo nota da Enel.

O setor mais afetado durante os cinco dias de apagão foi o de bares e restaurantes, com queda de 13,7% no faturamento. Na sequência, estão drogarias e farmácias (-10,9%) e vestuário (-9,4%). Os supermercados e hipermercados foi um dos menos afetados, com retração de 0,4%.

O índice não é uma prévia do faturamento para o mês de novembro, pois as vendas podem ter ficado represadas para os dias após apagão.

Novembro é um dos meses de destaque para o varejo. No ano passado, a Black Friday dividiu a atenção com as eleições e a Copa do Mundo, o que, segundo lojistas, afetou as vendas. Para este ano, as expectativas com as vendas são altas.

Pesquisa da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) encomendada ao Instituto Datafolha, aponta que 49% dos brasileiros pretendem realizar compras de produtos ou serviços nesta Black Friday.

Em média, os consumidores planejam gastar R$ 1.380 na data, movimentando um valor total de R$ 15,5 bilhões.