Bolsa sobe antes de decisões sobre juros no Brasil e nos EUA

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira operava em alta e o dólar oscilava na manhã desta quarta-feira (13), com investidores aguardando o anúncio de uma nova decisão sobre juros nos Estados Unidos. Apesar de o mercado ser praticamente unânime ao afirmar que não haverá alterações nas taxas, há expectativa sobre sinalizações da autoridade monetária sobre suas próximas decisões.

"Diante de dados recentes divulgados do mercado de trabalho e da inflação, a expectativa de cortes ficou mais distante, ainda que se espere que Jerome Powell dê indiretas ao mercado quanto à pressão exigida por cortes da taxa no país", disse Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da Stonex.

Na véspera, após dados de inflação um pouco acima do esperado, muitos operadores adiaram as apostas sobre o primeiro corte do Fed para maio. Pistas sobre o início do ciclo de cortes podem vir no discurso do presidente do Fed, Jerome Powell e nas projeções econômicas que acompanharão o comunicado desta quarta.

Às 11h36, o Ibovespa subia 0,38%, aos 126.887 pontos, enquanto o dólar caía 0,03%, praticamente estável cotado a R$ 4,964.

Após o fechamento, o Copom (Comitê de Política Monetária), no Brasil, também anuncia sua decisão e deve realizar um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, levando-a a 11,75%.

"Expectativa de um corte de 0,5 ponto no Brasil e a manutenção de juros nos Estados Unidos: por que isso vai ser importante? Teremos uma redução do diferencial de juros", disse Bernard Faust, sócio da One Investimentos.

"Isso normalmente tende a gerar um fluxo de saída de falta de atratividade da moeda brasileira, e isso faz com que a moeda brasileira se enfraqueça, então possivelmente a gente pode ver o real perdendo valor frente ao dólar nos próximos dias", avaliou ele.

Ao mesmo tempo, vários operadores alertavam para uma demanda sazonal pela divisa norte-americana à medida que o final do ano se aproxima e as empresas brasileiras se preparam para enviar remessas de dinheiro ao exterior, o que pode prejudicar o real na reta final de 2023.