BYD mira mineradora com atuação no Brasil, fintech de cartão corporativo capta R$ 200 mi e o que importa no mercado
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - BYD mira mineradora com atuação no Brasil, fintech de cartão corporativo capta R$ 200 mi e o que importa no mercado.
*BYD MIRA MINERADORA QUE ATUA NO BRASIL*
A montadora chinesa BYD, principal rival da Tesla nos carros elétricos, negocia um acordo que pode envolver a compra da Sigma Lithium, canadense que extrai e processa lítio a partir de uma reserva em Minas Gerais, a maior do Brasil.
"Estamos discutindo diferentes aspectos sobre fornecimento, uma joint venture, uma aquisição... nada é concreto", afirmou Alexandre Baldy, presidente da BYD no Brasil, ao jornal britânico Financial Times.
Quem é quem:
BYD: a empresa começou como uma fabricante de baterias, o que ajudou na transição para uma fabricante de veículos elétricos. Prevê investir R$ 3 bilhões em sua fábrica em Camaçari (BA), onde planeja começar a produção no fim deste ano. Superou a Tesla no ano passado como maior fabricante do segmento.
Sigma: apesar de ser canadense, sua operação e CEO, a executiva Ana Fontes, são brasileiras. A empresa extrai no Vale do Jequitinhonha o que ela chama de "lítio verde", com baixo impacto no meio-ambiente. Com ações listadas nas Bolsas de Toronto e Nasdaq, é avaliada em US$ 2,9 bilhões (R$ 14,3 bilhões).
O que explica: o lítio é uma matéria-prima muito importante no contexto da transição energética global. Ele está presente nas baterias de íon-lítio, utilizadas em carros elétricos, e é essencial para expandir a capacidade de armazenamento de energia em outros sistemas.
A demanda pelo mineral deve aumentar cerca de 400% até 2040, segundo a AIE (Agência Internacional de Energia).
A BYD não é a primeira a analisar a aquisição da Sigma. A mineradora já esteve na mira da Tesla e também atraiu interesse de Volkswagen e da fabricante chinesa de baterias CATL, conforme publicou a revista Exame no fim do ano passado.
*A EMPRESA MAIS VALIOSA DO MUNDO*
A Microsoft superou a Apple na última sexta (12) como a maior empresa de capital aberto do mundo em valor de mercado.
Em números:
US$ 2,89 trilhões (R$ 14,02 trilhões) é o quanto vale a companhia cofundada por Bill Gates e Paul Allen;
US$ 2,87 trilhões (R$ 13,93 trilhões) foi o valor de mercado das ações da Apple após o fechamento do mercado na sexta.
O que explica: a Microsoft foi a big tech que despontou na dianteira da corrida da IA (inteligência artificial) generativa, alcançando o Google, que era referência no assunto.
? Muito desse avanço é explicado pelo investimento da companhia na OpenAI, a dona do ChatGPT, desde 2019. Há um ano, a big tech destinou mais US$ 10 bilhões para a startup chefiada por Sam Altman.
? A parceria possibilitou a integração do famoso chatbot a várias ferramentas da Microsoft, como o buscador Bing e o pacote Office.
A Apple, por outro lado, vem enfrentando obstáculos.
? Ela acumula quatro quedas consecutivas em suas receitas nos últimos balanços, em meio ao freio nas vendas de iPhone, o carro-chefe da companhia.
? A preocupação maior é com a China, um de seus principais mercados. A Huawei surpreendeu no ano passado ao lançar um novo smartphone com chip para conexão 5G, componente a que ela não tinha acesso por causa de sanções dos EUA. O produto foi um sucesso de vendas entre os chineses.
O ranking das maiores empresas de capital aberto do mundo:
Microsoft - US$ 2,89 trilhões (R$ 14,02 tri);
Apple - US$ 2,87 trilhões (R$ 13,93 tri);
Saudi Aramco - US$ 2,12 trilhões (R$ 10,28 tri);
Alphabet (dona do Google) - US$ 1,79 trilhões (R$ 8,68 tri);
Amazon - US$ 1,59 trilhões (R$ 7,71 tri).
*STARTUP DA SEMANA: CONTA SIMPLES*
O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.
A startup: fundada em 2018, a fintech atua com cartões corporativos e com uma plataforma de gestão de despesas das empresas.
Em números: a startup anunciou ter recebido um aporte de US$ 41,5 milhões (cerca de R$ 200 milhões) em uma rodada série B (entenda aqui as etapas de investimento em startups).
Quem investiu: o aporte foi liderado por Base10 Partners e também teve participação de Valor Capital, Jam Fund, Y Combinator, Big Bets, Broadhaven e DOMO.
Esses fundos já haviam investido na startup em sua rodada série A, em 2021, quando ela levantou US$ 21,6 milhões (R$ 104 milhões, na cotação atual).
Que problema resolve: a Conta Simples tem como principal serviço o cartão de crédito corporativo, além de oferecer conta digital e gestão de despesas. A base de clientes soma 30 mil usuários, e mais de 500 mil cartões já foram emitidos.
No ano passado, a fintech obteve licença do BC (Banco Central) para operar como uma SCD (Sociedade de Crédito Direto).
Na prática, a startup poderá expandir a atuação e conceder crédito para sua base de clientes.
Por que é destaque: é o primeiro grande investimento em uma startup brasileira em 2024, ano que deve seguir o tom de 2023, marcado por dinheiro escasso e longe do recorde de dinheiro movimentado em 2021.
A Conta Simples afirma ter atingido no ano passado o breakeven (quando a operação para de queimar caixa), termo que se torna cada vez mais importante para os investidores na hora de avaliar um aporte.
*GOL AVALIA NOVOS ARES*
A Gol cogita entrar com pedido de recuperação judicial nos EUA em até um mês, informa a coluna Painel S.A., da Folha de S.Paulo.
Por que nos EUA? Há mais possibilidades de financiamento do que no Brasil, além de existir um temor de insegurança jurídica nos processos por aqui, conforme as pessoas que participam das conversas.
A Gol está em crise? Ela registrou prejuízo de R$ 1,3 bilhão no terceiro trimestre do ano passado, mas com uma redução de quase R$ 250 milhões em relação ao déficit do mesmo período de 2022.
O problema é que a companhia tem dificuldade para honrar com as dívidas de curto prazo, relata a coluna. Além da dificuldade em gerar caixa, a Gol não tem garantias, já que boa parte de seus ativos foi empenhada no acordo que resultou na Abra ?holding que controla Gol e Avianca.
Em março do ano passado, a aérea havia acertado um financiamento de até US$ 1,4 bilhão junto à Abra.
Caso a companhia avance com o pedido de recuperação judicial nos EUA, ela seguirá um caminho semelhante ao da Latam, cujo processo começou em 2020 e terminou em 2022.
A Gol afirmou à coluna Painel S.A. que está em discussões com seus stakeholders financeiros (credores) sobre diversas opções que tragam maior flexibilidade financeira, incluindo capital adicional para financiar as operações.