Shows de Taylor Swift no Brasil impulsionam serviços prestados às famílias

Por LEONARDO VIECELI

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A temporada de shows da cantora Taylor Swift no Brasil ajudou o setor de serviços a crescer em novembro, indicou nesta terça-feira (16) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o instituto, a passagem da estrela da música pelo país beneficiou os serviços prestados às famílias, cujo volume teve alta de 2,2%, após queda de 1,8% em outubro.

"Nesse mês [novembro], a maior influência [nos serviços prestados às famílias] veio da alta de alojamento e alimentação, mas também houve avanço em outros serviços prestados às famílias, impulsionado, especialmente, pelo crescimento da atividade de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no país", disse em nota Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.

Em entrevista coletiva nesta terça, o pesquisador afirmou que as apresentações também podem ter gerado efeitos positivos em outras atividades de serviços, incluindo aquelas voltadas ao turismo, como alojamento, alimentação e transporte.

"Acaba movimentando toda uma gama de atividades de serviços para além da empresa promotora desses shows", disse Lobo.

Em novembro, Taylor Swift se apresentou no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na capital fluminense, as apresentações ocorreram em meio a uma onda de calor, e uma fã morreu após passar mal antes da apresentação.

Esta não é a primeira vez que Taylor Swift provoca reflexos na economia. No ano passado, por exemplo, a cantora foi citada pelo banco central americano por ter impulsionado o setor de turismo dos Estados Unidos com sua turnê "The Eras Tour".

AVANÇO DE 0,4% NO SETOR COMO UM TODO

O IBGE também divulgou nesta terça que o setor de serviços como um todo avançou 0,4% no Brasil em novembro, na comparação com outubro. Com o resultado, o segmento quebrou uma sequência de três meses no campo negativo.

"As últimas três taxas negativas reduziram os ganhos, mas o resultado de novembro coloca o setor bem acima [10,8%] do patamar pré-pandemia", disse Lobo. O setor opera 2,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em dezembro de 2022.

Conforme o IBGE, 3 das 5 atividades de serviços cresceram em novembro: outros serviços (3,6%), profissionais, administrativos e complementares (1%) e serviços prestados às famílias (2,2%).

O maior impacto sobre o resultado geral veio da atividade de outros serviços (3,6%), que avançou pelo terceiro mês seguido.

"Esse setor foi impulsionado pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente pelo aumento da receita das empresas de uso do dinheiro digital, como as de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito", disse Lobo.

Os serviços profissionais, administrativos e complementares (1%) exerceram a segunda maior contribuição sobre a variação de 0,4% do setor no geral.

Nesse segmento, os destaques foram as atividades jurídicas e as empresas de cartões de desconto e programas de fidelidade, afirmou Lobo.

Em sentido oposto, as únicas retrações do mês vieram dos transportes (-1%) e dos serviços de informação e comunicação (-0,1%).

A primeira atividade teve o quarto revés consecutivo. A segunda mostrou ligeiro decréscimo após assinalar uma leve variação positiva em outubro (0,2%).