Como Apple quer usar IA no iPhone, sucessão na Vale e o que importa no mercado
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Como Apple quer usar IA no iPhone, sucessão na Vale e o que importa no mercado.
*APPLE TRABALHA COM IA EM SILÊNCIO*
Com pouco alarde, a Apple está desenvolvendo seus modelos internos de IA (inteligência artificial) para incluí-los na próxima geração de iPhones, conforme reportagem do jornal britânico Financial Times.
O avanço veio com a aquisição de empresas menores de IA. Foram 21 compras de startups que atuam com a ferramenta desde o início de 2017, segundo a plataforma PitchBook.
Os desafios: para embarcar a tecnologia nativa em dispositivos móveis e não na nuvem, modelo que é o mais usado hoje, a Apple precisa diminuir o tamanho dos modelos de linguagem ?os motores da IA generativa, como o GPT.
Em parceria com a Universidade de Columbia, ela está pesquisando um modelo que poderia ser integrado à Siri (assistente virtual);
Um exemplo de seu uso seria dizer ao usuário qual marca de camisa alguém está usando em uma chamada de vídeo e, em seguida, encomendá-la por meio de um aplicativo;
A evolução da ferramenta, porém, ainda esbarra nos custos.
Como outras big techs se movimentam na IA generativa:
? A Samsung, que foi ultrapassada pela Apple como maior fabricante de celulares, lançou o Galaxy S24 com uma série de ferramentas abastecidas com IA. É o caso da transcrição e tradução simultânea de áudios;
? A Microsoft, investidora da OpenAI, usa o motor do GPT numa função chamada Copilot, que está no pacote Office, no Bing etc.
? O Google lançou o Bard, seu chatbot que também é usado para entregar respostas a pesquisas feitas no buscador nos EUA.
? A Meta também desenvolveu seu robô de conversas e disse que vai usar a ferramenta em seus principais produtos ?Facebook, Instagram e WhatsApp.
? A Amazon lançou um chatbot corporativo focado em ambientes de trabalho.
*A SUCESSÃO NA VALE*
A mineradora Vale começa hoje (25) a decidir o nome que vai comandar a companhia pelos próximos três anos. O cargo está na mira do presidente Lula (PT), que tenta emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Ao contrário das estatais, porém, o governo tem pouca interferência na companhia. Privatizada em 1997, hoje ela é uma "corporation", ou seja, sem controlador definido.
Cara a cara: com 13 membros, o conselho de administração da Vale tem dois indicados pela Previ, o fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil.
Bradesco e Mitsui têm um representante cada. E há um representante dos empregados da companhia.
Os outros oito conselheiros são independentes, isto é, sem ligação com acionistas relevantes.
O processo de decisão: caso a companhia opte por não renovar o mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeu, o estatuto prevê a contratação de uma empresa de headhunter de "padrão internacional" para formar uma lista tríplice de candidatos. A escolha final é do conselho.
Os principais candidatos ao cargo de presidente da Vale:
- Eduardo Bartolomeu: assumiu em 2021 e tenta ser reconduzido para mais três anos no posto, mas há divergências entre os conselheiros.
- Guido Mantega: ex-ministro da Fazenda de 2006 a 2015 ?nas gestões de Lula e Dilma (PT)--, é o preferido do petista para assumir o cargo.
- Murilo Ferreira: seria uma opção de "meio-termo" entre Lula e o conselho. Foi eleito presidente da mineradora em 2011, quando teve o apoio de Dilma.
- Luis Henrique Guimarães: atual conselheiro da Vale, deixou a presidência da Cosan em novembro do ano passado. É nome de confiança de Rubens Ometto, holding que comprou 4,9% da mineradora em 2022.
*GM ANUNCIA R$ 7 BI NO BRASIL*
No plano da GM de investir R$ 7 bilhões no Brasil até 2028, anunciado nesta quarta, o assunto passou longe dos carros elétricos, que passam por uma espécie de descrédito em mercados do Ocidente.
A dona da marca Chevrolet disse que o objetivo será adequar as fábricas instaladas no país para a produção de novos veículos, incluindo automóveis híbridos flex ?capazes de rodar com eletricidade, etanol e gasolina.
O que explica: a aposta da GM vai ao encontro da adotada por outras montadoras e pelo governo.
? Com os elétricos ainda sofrendo com a falta de infraestrutura no Brasil, o setor tenta aproveitar o potencial do país nos biocombustíveis, em especial o etanol, considerado menos poluente.
? A montadora americana é a primeira a anunciar investimentos no Brasil após a publicação do programa Mover (Mobilidade Verde), que estabelece regras de eficiência energética e vai conceder até R$ 19,3 bilhões para o setor automotivo.
Freio: depois de ter anunciado no início de 2021 que não faria mais veículos com motor a combustão a partir de 2035, a GM começou a revisar o plano.
A estratégia passa pela queda da demanda por carros elétricos em países como EUA, onde montadoras como a Tesla, de Elon Musk, chegaram a fazer uma guerra de preços no ano passado para reconquistar os consumidores.
Nesta quarta, a líder do setor nos EUA alertou na divulgação de seu balanço para um crescimento "notavelmente" mais lento em 2024.
Na China, a BYD, cujo um dos acionistas é Warren Buffett, nada de braçadas. A montadora ultrapassou a Volkswagen como a marca de carros mais vendida do país em 2023, relata a Bloomberg.
*INFLAÇÃO DO ARROZ*
O arroz registrou no ano passado a maior inflação em três anos, em um encarecimento de um dos alimentos mais tradicionais da mesa do brasileiro.
Em números:
24,54% foi a alta de preços do ceral no ano passado, conforme o IPCA, índice oficial da inflação.
R$ 25 foi o preço médio do pacote de 5 kg de arroz em dezembro na cidade de São Paulo, conforme pesquisa da cesta básica divulgada por Procon-SP e Dieese.
O que explica:
? Redução da oferta no atual período de entressafra, que deve durar até abril;
? Eventos climáticos extremos (seca, e depois temporais) no Rio Grande do Sul, estado que responde por cerca de 70% da produção nacional;
? Pressão dos preços no mercado internacional por restrições de oferta em países como a Índia.