Dólar abre pregão desta quinta em estabilidade
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu próximo da estabilidade nesta quinta-feira (25), com o mercado em sintonia com a queda da moeda diante de boa parte das demais divisas no exterior
O dólar operava em queda de 0,04%, a R$ 4,9301, às 9h13 desta quinta. Apesar de ser feriado na cidade de São Paulo, o mercado de câmbio e a Bolsa de Valores operam normalmente.
Os investidores aguardam a decisão do BCE (Banco Central Europeu) sobre a taxa de juros na União Europeia e a divulgação de dados de atividade e emprego nos EUA, ambas nesta manhã de quinta.
Na quarta, a divisa fechou em queda de 0,43%, a R$ 4,9320, após novo sinal de suporte das autoridades chinesas à economia, depois que o banco central do país reduziu a taxa de compulsório.
Para o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo, a baixa do dólar nesta quarta também teve impacto de uma declaração do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin. O político disse que o governo não vai fazer aporte de dinheiro para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar o Nova Indústria Brasil.
"Acho que temos um movimento de venda [de dólares] na esteira de ontem. O dólar puxou forte demais na segunda, e sempre quando encosta em 5,00 reais ele chama vendedores ao mercado. E hoje a fala do Alckmin ajudou", disse Bergallo.
Na quarta, o Ibovespa fechou em queda de 0,35%, a 127.816 pontos. De acordo com o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, a bolsa brasileira continua bastante atrelada ao movimento dos títulos do Tesouro americano, os treasuries, que voltaram a subir após um leilão de títulos com vencimentos mais curtos.
Os juros dos títulos de curto prazo caíram, enquanto os de de longo prazo subiram, refletindo a expectativa por cortes de juros em breve. A rentabilidade do treasury de dois anos foi de 5,46% para 5,44% enquanto a do de dez anos subiu de 4,14% na terça para 4,18% esta quarta.
Os ativos refletiram dados preliminares de PMI (Índice de Gerentes de Compras) dos Estados Unidos, divulgados nesta quarta. Eles apontaram que a atividade empresarial no país acelerou em janeiro, enquanto a inflação pareceu diminuir --os preços cobrados pelas empresas caiu para o nível mais baixo em mais de três anos e meio, o que sugere que a economia começou 2024 com força.
Segundo os dados da S&P Global o PMI Composto (indústria e serviços) preliminar aumentou para 52,3 pontos neste mês, o nível mais alto desde junho passado, e maior que os 50,9 registrados em dezembro. Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor.
O resultado do PMI Composto reforça as previsões de que a economia continuará a crescer este ano, embora em um ritmo moderado. O recuo da inflação na pesquisa também sustenta as expectativas de que o Federal Reserve (Federal Reserve, o BC dos EUA) começará a cortar a taxa de juros em algum momento no primeiro semestre de 2024.
O Fed realiza seu próximo encontro de política monetária na semana que vem, nos dias 30 e 31 de janeiro. Com ampla expectativa de manutenção dos juros na reunião, o foco fica nas indicações das autoridades sobre quando acham apropriado começar a cortar as taxas. Quanto mais cedo começar o afrouxamento monetário, mais o dólar tende a cair frente a divisas emergentes, como o real.
Em Wall Street, a sessão de quarta-feira foi mista. O S&P 500 teve leve ganho de 0,08%, alcançando um novo recorde de pontuação, enquanto o Dow Jones perdeu 0,26%. Impulsionado pela disparada de 10,7% da Netflix após o balanço de 2023 agradar os investidores, o Nasdaq subiu 0,36%.
Após o fechamento do mercado na quarta, foi a vez da Tesla reportar o desempenho no ano passado. A montadora de carros elétricos teve uma queda na margem bruta do quarto trimestre na comparação com o ano anterior, à medida que reduz preços e oferece incentivos para impulsionar a demanda por seus veículos elétricos.
A companhia alertou para uma desaceleração acentuada no crescimento de volume em 2024 na comparação anual, e as ações da empresa caíam 5% nas negociações pós-mercado.