Lucro do Itaú cresce para R$ 35,6 bilhões em 2023
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Itaú Unibanco teve um resultado recorrente gerencial de R$ 35,618 bilhões em 2023, comunicou o banco nesta segunda-feira (5). O valor é 15,7% maior que o registrado no ano anterior e ficou dentro da estimativa de analistas consultados pela Bloomberg, que previam R$ 35,53 bilhões.
Em termos de lucro líquido contábil, que considera valores extraordinários, o resultado foi um pouco menor, de R$ 33,368 bilhões. Entre os itens que fogem ao habitual do banco está o prejuízo de R$ 1,2 bilhão com a venda do Itaú Argentina.
No quarto trimestre, o banco lucrou R$ 9,4 bilhões, alta trimestral de 4%.
O ROE (retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado), que indica a rentabilidade da operação, ficou em 21% ao fim de dezembro, 0,6 ponto percentual maior que em 2022 e estável em relação ao terceiro trimestre.
No ano passado, as receitas de serviços e seguros do banco cresceram para R$ 51,17 bilhões, ou 5,3% em em comparação com 2022, impulsionadas pelo aumento dos ganhos com cartões, tanto em emissão quanto em adquirência (maquininhas), maiores volumes em bancos de investimentos e aumento do resultado de seguros.
Já as despesas não decorrentes de juros aumentaram 6,5%, para R$ 58 bilhões em 2023. No Brasil, o aumento foi de 8,2%, impulsionado por investimentos em negócios e em tecnologia.
A carteira de crédito do banco terminou o ano passado em R$ 1,176 trilhão, alta anual de 3,15% e trimestral de 1,1%. Desse valor, R$ 971 bilhões se referem à operação do Itaú no Brasil, que cresceu 5,7%. O restante está dividido na América Latina.
Por aqui, o maior crescimento na concessão de crédito foi para grandes empresas (8,7%), seguido de pessoas físicas (4,1%) e micro, pequenas e médias empresas (3,9%).
Na carteira de pessoas físicas, o aumento está relacionado ao crescimento de 13,7% em crédito pessoal,
6,8% em crédito imobiliário e 5,1% em veículos. Neste segmento, a maior parte do crédito concedido é em cartões (R$ 135,5 bilhões), seguido do segmento imobiliário (R$ 113,2 bilhões).
Já a carteira de pessoas jurídicas cresceu 0,5% em 12 meses, com destaque para o crédito rural (41,2%), imobiliário (40,5%) e BNDES (19,4%).
O custo do crédito, por sua vez, aumentou 14,4% em relação ao período anterior, indo a R$ 36,9 bilhões. Segundo o banco, o aumento se deve à expansão da carteira e maior concessão de descontos.
No Brasil, a inadimplência (atrasos de mais de 90 dias) caiu de 3,4% para 3,2% na comparação anual.
No pregão desta segunda, a expectativa dos investidores era positiva. As ações do banco (ITUB4) fecharam em alta de 1,89%, a R$ 33,36 cada uma.
Com o resultado atendendo às expectativas, o banco anunciou remunerações aos seus acionistas. Nesta segunda, o Conselho do banco aprovou o pagamento de dividendos referentes a 2023 em 8 de março, no valor de R$ 1,125125 por ação, totalizando o montante de R$ 11 bilhões. Também já havia sido deliberado o pagamento na mesma data de JCP (juros sobre capital próprio) que totalizam R$ 0,51654 brutos.
"Somados aos JCP já declarados, [os dividendos] resultaram em um payout [remuneração] de 60,3% no ano", afirmou Alexsandro Broedel, diretor financeiro do Itaú Unibanco no balanço financeiro.
Outra forma de distribuir o resultado aos acionistas será via programa de recompra de ações, que pode chegar a até 75 milhões de papéis preferenciais do Itaú, sem redução do valor do capital social, para
manutenção em tesouraria, cancelamento ou recolocação no mercado.
"Entramos em 2024 otimistas e empenhados para entregar ainda mais valor aos nossos clientes, acionistas e colaboradores, tirando proveito de todas as mudanças que fizemos na organização para que os nossos clientes estejam no centro de todas as nossas decisões", disse Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco.
RAIO-X | ITAÚ UNIBANCO
Fundação: 2008, ano de fusão do Banco Itaú e do Unibanco
Lucro líquido em 2023: R$ 35,6 bilhões
Clientes: 70 milhões
Agências e pontos de atendimento: 3.502
Funcionários: 95,7 mil
Principais concorrentes: Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Nubank