Ibovespa cai 0,15%, aos 128 mil pontos, mas avança 0,66% na semana

Por Luís Eduardo Leal

Em leve baixa de 0,15%, aos 128.025,70 pontos nesta última sessão do intervalo, o Ibovespa acumulou ganho de 0,66% desde a abertura do dia 5, no que foi apenas a segunda semana positiva nas seis deste início de ano. Hoje, sem catalisadores de peso para induzir os negócios em uma direção ou outra, prevaleceu a cautela para os feriados na China, pela passagem do ano-novo lunar, e no Brasil, que manterá os mercados locais fechados até a manhã da próxima quarta-feira (14), com o carnaval. Hoje, o Ibovespa oscilou dos 127.579,40 aos 128.895,67, saindo de abertura a 128.215,62 pontos, em baixa moderada na maior parte da sessão.

"O mercado operou de forma lateral, digerindo os dados de inflação IPCA do dia anterior, acima do esperado, ainda que não tenham sido preocupantes a ponto de mudar a posição do Banco Central com relação à Selic. O modo foi de cautela, postura defensiva que deixou a Bolsa perto do zero a zero, na medida em que não haverá negócios nos próximos dias no Brasil, mas os mercados continuarão abertos nos Estados Unidos", diz Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos.

Na B3, o giro ficou em R$ 23,8 bilhões nesta sexta-feira em que o Ibovespa emendou a terceira perda diária. No mês, o índice da B3 sobe 0,21% e, no ano, cede 4,59%. Na ponta perdedora na sessão, 3R Petroleum (-3,82%), Assaí (-3,47%) e Multiplan (-3,01%). No lado oposto, Alpargatas (+7,48%), MRV (+6,87%) e Casas Bahia (+4,27%).

Entre as blue chips, poucos nomes foram bem, com destaque para Itaú (PN +1,27%). Vale ON cedeu 0,44% e Petrobras caiu 1,13% (ON) e 1,34% (PN, na mínima do dia no fechamento), mesmo com o petróleo em alta moderada na sessão - e no dia seguinte a relatório de produção e vendas sólido, em linha com o esperado para a estatal. Entre as utilities, Eletrobras avançou, com PNB em alta de 2,14% e a ON, de 1,63%.

Banco do Brasil ON, por sua vez, fechou o dia em baixa de 1,66%, após o balanço trimestral, divulgado na noite de ontem. "O lucro líquido ajustado veio relativamente alto, na casa de R$ 9,4 bilhões, e o lucro líquido contábil ficou na casa dos R$ 8,8 bilhões, em leve crescimento ano contra ano e trimestre contra trimestre", diz Leonardo Piovesan, analista da Quantzed. "O ponto mais negativo do resultado foi o aumento do PDD provisões para devedores duvidosos - bem alto no ano contra ano -, de mais de 50%. O mercado não estava esperando isso", acrescenta.

Na agenda macro nesta sexta-feira, "a divulgação pelo IBGE do aumento no volume de serviços em dezembro, de 0,3% em relação a novembro e encerrando o ano com alta de 2,3%, parece um sinal bom com relação à recuperação econômica", aponta Lucas Almeida, sócio da AVG Capital.

Ainda assim, o quadro das expectativas para o comportamento das ações no curtíssimo prazo está inclinado para o lado negativo no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. A maioria dos participantes (60%) espera queda do Ibovespa - mais que os 42,86% da semana passada -, enquanto o restante se divide igualmente entre estabilidade (20%) e avanço do índice (20%).