Setor de motocicletas em alta: entenda a resposta da indústria ao aumento das entregas por aplicativo

O mercado de motos está se reinventando para atender à crescente demanda dos serviços de entrega por aplicativo

Por Da redação

Setor de motocicletas em alta: entenda a resposta da indústria ao aumento das entregas por aplicativo

No mundo contemporâneo, o crescimento acelerado dos serviços de entrega por aplicativo, impulsionado especialmente pela pandemia, transformou radicalmente diversos setores, incluindo o mercado de motocicletas.

Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), ocorreu um aumento de 19,2%, em comparação com o mesmo mês do ano anterior – 97.773 unidades –, e de 36,9%, em relação a julho deste ano – 85.131 unidades.

Aplicativos como Uber Eats, Rappi, Loggi e iFood contribuíram para que as montadoras de motocicletas no Brasil alcançassem a produção de 116.525 unidades em agosto, o maior volume registrado para o mês nesta década.

A crescente informalidade no mercado de trabalho brasileiro tem impulsionado diretamente o aumento das vendas de motocicletas. Dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE, e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que muitos trabalhadores, diante das dificuldades em encontrar empregos formais, têm buscado alternativas na entrega por aplicativo.

Esse fenômeno reflete-se no expressivo crescimento do número de entregadores, que, no primeiro trimestre de 2019, registrou um aumento de 104,2%, com 201 mil novos trabalhadores ingressando no setor de delivery, em comparação ao período homólogo.

Mais recentemente, de acordo com uma pesquisa do IBGE, em 2022, havia 589 mil entregadores de comida e outras mercadorias trabalhando por meio de aplicativos e plataformas digitais no Brasil.

Nesse sentido, a demanda por entregadores cresceu exponencialmente, e com isso, as vendas de motos se tornaram essenciais para atender essa necessidade. Grandes centros urbanos, que já conviviam com o fluxo constante de motociclistas, presenciam um aumento significativo no número de novos condutores, que enxergam nas entregas rápidas uma oportunidade de renda.

Observando o cenário econômico, as empresas fabricantes de motocicletas passaram a adaptar suas estratégias para atender melhor essa nova demanda. Em razão disso, modelos de motos pequenas e de baixa cilindrada, já tradicionais nas entregas urbanas, acabaram ganhando destaque nas produções.

Além disso, concessionárias e montadoras passaram a oferecer condições de financiamento mais acessíveis, pacotes de manutenção vantajosos e programas específicos para trabalhadores que dependem da moto como principal ferramenta de trabalho.

A alta demanda por entregas não só impulsionou as vendas de motos novas, como também aumentou a procura por serviços complementares, como seguros e manutenção preventiva. Muitas seguradoras estão criando produtos específicos para esse público, com coberturas que consideram os riscos mais comuns enfrentados por quem roda pela cidade o dia inteiro, como roubos e colisões em trânsito intenso.

Uma alternativa mais econômica

Apesar de todo o esforço das montadoras e concessionárias para tornar o acesso às motos mais fácil, o custo de um veículo novo ainda é uma barreira para muitos entregadores, especialmente aqueles que estão começando na profissão.

Diante disso, o mercado de motos de leilão desponta como uma solução viável e econômica. Comprar uma moto de leilão barata é uma alternativa atrativa para aqueles que desejam ingressar no mercado com um investimento inicial relativamente baixo, em detrimento daqueles encontrados no mercado.

Em síntese, essas motos geralmente são oriundas de apreensões, frota de empresas ou até mesmo de seguradoras, e, embora possam exigir alguma manutenção inicial, ainda assim representam uma opção mais acessível do que adquirir um veículo novo ou seminovo.

No fim, com o crescimento contínuo dos serviços de entrega, o mercado de motocicletas tende a continuar em expansão, acompanhando a evolução das necessidades dos trabalhadores que dependem dessa ferramenta de trabalho.