Educação e Envolvimento
Educação e Envolvimento
Diversos são os atores que estão envolvidos neste processo, cada qual com um papel específico mas fazendo parte de um mesmo e amplo projeto. Pode-se falar da própria Escola, com seus diversos personagens, como um dos fatores do processo formativo. Mas, ao seu lado, temos ainda o círculo de convivência social, os amigos e a família, a comunidade religiosa, os meios de comunicação, etc.
Em certo aspecto, a família é a primeira fonte da Educação e o primeiro motor do processo formativo. E a Escola, sendo uma instituição cuja função primordial é participar deste processo, deve ser considerada como uma participante igualmente importante na Educação. Neste sentido, portanto, família e Escola travam um pacto, e neste se estabelece o objetivo de formar, e "bem formar", os educandos (os jovens, pode-se dizer neste caso).
O que acontece, portanto, se os objetivos destes atores da Educação, isto é, família e Escola, não estiverem alinhados, não estiverem bem ajustados, com vistas a um mesmo fim? Acontece um conflito aí, um "ruído", um desgaste no processo formativo e, consequentemente, um prejuízo profundo nesta crucial tarefa de "bem formar".
A Educação como um processo formativo é um caminho longo, no qual cada passo é importante, e precisa da atuação e da força de todos os envolvidos, e exige muito mais daqueles que são os pilares da Educação: família e Escola. Mas não há caminho se o pacto não está ajustado.
E como isso acontece? Se a Escola não tiver o respaldo de seu trabalho refletido no ambiente familiar, com a cobrança da disciplina, da responsabilidade, do comprometimento que são básicos para o desenvolvimento do processo educacional, então não haverá sucesso das funções a que a Escola se dedica. Da mesma forma, se a Escola não segue uma trajetória compatível com uma boa base educacional familiar, então o caminho é de retrocesso.
Para que não haja este desalinho, o fundamental está aqui: envolvimento. É preciso, é crucial, que a família não só entregue seus filhos à Escola, mas que acompanhe, que auxilie, que apoie o trabalho escolar. Igualmente, é preciso que a Escola esteja aberta à participação dos familiares, de forma a trazer deles a contribuição.
Se não há este envolvimento, o prejuízo recai sobre o educando, que acaba desequilibrando-se entre objetivos adversos: aqueles de sua convivência familiar e aqueles de seu ambiente escolar. Mas, é fundamental considerar, há um prejuízo ainda maior: toda a sociedade perde quando o processo formativo de um jovem não é bem sucedido, ou quando está prejudicado pela falta do envolvimento de que se fala aqui. Portanto, toda atenção para com o processo formativo, a Educação, é pouca. Todos os envolvidos nesta tarefa devem compreender sua responsabilidade. Envolvimento com a Educação é o caminho para o "bem formar".
Ivan Bilheiro é professor de Filosofia e Sociologia. Licenciado em História pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), bacharel e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), instituição na qual cursa o Mestrado em Ciência da Religião. É, também, especialista em Filosofia pela Universidade Gama Filho (UGF) e em Ciência da Religião pela UFJF.