Fim do vestibular da UFJF divide opinições entre estudantes e professor

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Sexta-feira, 25 de novembro de 2011, atualizada às 19h42

Fim do vestibular da UFJF divide opiniões entre estudantes e professores

Jorge Júnior
Repórter

Com a decisão da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) de extinguir o Vestibular como forma de seleção a partir do próximo ano, para o ingresso em 2013, as opiniões entre estudantes e professores apresentam divergências. A prova será substituída pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, composto pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O diretor-geral de um cursinho da cidade, Lawrence Matheus Pontes Gomes, afirma que já previa a medida. "De certa forma já estávamos esperando alguma decisão nesse sentido, então já tínhamos providenciado uma mudança no material didático da instituição." Gomes diz que o calendário do cursinho vai ser alterado, para adequar as questões da prova do Enem.

Na avaliação do professor, a manutenção de 30% das vagas para o Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) é positiva. "Os alunos vão ser beneficiados. Apesar de não saber como a UFJF vai regular os dois processos, acredito que os alunos vão poder tentar os dois ingressos." A única diferença segundo ele, vai ser na orientação. "Como a concorrência deixa de ser estadual e passa a ser nacional, os alunos que vão tentar cursos de alta demanda vão ter que se preparar mais. Já nos de baixa procura, creio que não vai haver interferência."

O professor acredita que os alunos do Pism I e II devem ser tratados com mais dedicação, por ser uma forma mais homeopática de entrar na universidade. "Esses estudantes sofrem menos pressão e se adaptam melhor ao processo, porque eles estudam com regularidade."

De acordo com a assessoria de comunicação de outro cursinho preparatório, a instituição tinha duas dinâmicas de preparação, uma para o vestibular, outra para o Enem, agora, o trabalho vai ser facilitado porque o conteúdo será o mesmo. "Vamos trabalhar em cima do conteúdo do Enem. O material do estudo vai ser alterado, para que os alunos tenham um bom desempenho."

Alunos estão temerosos

Alguns estudantes temem que a medida possa ser prejudicial. A jovem Raiza Condé, 18, acredita que a decisão vai piorar a forma de ingresso na universidade. "Vai aumentar ainda mais a concorrência. Além disso, não tem como diferenciar se o aluno está preparado por uma prova com questões fechadas", diz. O estudante Renan dos Santos, 20, compartilha da opinião. "Não acho que é uma medida adequada. Estou me preparando para o vestibular, mas também fiz o Enem, porém o exame tem problemas todo ano. Não acho que seja uma maneira ideal", opina.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken