Paralisação dos professores da rede pública altera a rotina de juiz-foranos

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Quarta-feira, 11 de maio de 2011, atualizada às 18h40

Paralisação dos professores da rede pública altera a rotina de juiz-foranos

Jorge Júnior
Repórter

Professores da rede estadual e municipal paralisaram as atividades nesta quarta-feira, 11 de maio, pela quinta vez neste ano. O movimento faz parte da campanha pelo piso salarial nacional dos trabalhadores e levou cerca de cem ônibus de Minas Gerais a uma assembleia em Brasília. De acordo com o diretor do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro), Flávio Bitarello, 98% dos professores municipais aderiram à paralisação.

Por causa da manifestação, alguns juiz-foranos tiveram a rotina alterada, como diz o executivo de vendas Leandro Gomes que tem duas filhas estudando em um colégio estadual no Centro. "Como elas não tiveram aula hoje, a minha mãe teve que ficar com as meninas, e, por este motivo, ela não pode cumprir os compromissos que estavam agendados para o dia."

Já a assistente administrativa Andrêssa Mateus se diz preocupada com a situação da filha, que cursa o 4º ano do ensino fundamental de uma escola municipal da cidade. "Já estamos no meio do ano, isso me preocupa muito, porque pode prejudicar o aprendizado da minha filha." Andrêssa conta que a filha teve que ficar com o avô. "Minha mãe não pode ajudar porque agenda as atividades no período em que a minha filha fica no colégio, então tive que mudar os planos." 

Negociações

 Segundo a diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) local, Victória de Fátima de Mello, o objetivo da paralisação é pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a publicar o acordo da lei do piso salarial 2011. "Queremos que o governo estadual cumpra com a lei salarial do magistério, criada em 2008." Os trabalhadores também reivindicam a aprovação, ainda este ano, do Plano Nacional de Educação (PNE) e a aplicação de repasse de 10% do produto interno bruto (PIB) para a área.

Uma nova paralisação nacional, com indicativo de greve, está marcada para o dia 31 de maio. "Se as negociações não avançarem, nós não descartamos a possibilidade de entrar em greve," destaca Victória. A sindicalista garante que todas as aulas perdidas serão repostas durante o ano letivo.

Assembleia em JF

Uma reunião foi realizada nesta quarta-feira, 11 de maio, com os professores municipais. Os profissionais agendaram uma nova assembleia e outra paralisação para o dia 19 de maio. "Estamos nos unindo aos outros sindicatos para termos força nessa luta, que é nacional", informa Bitarello. O sindicalista afirmou que a classe vai continuar lutando para a revogação do decreto que obriga os professores a apresentarem atestado médico do Sistema Único de Saúde (SUS). A categoria continua reivindicando a atualização do piso salarial. "Queremos agendar uma nova reunião com a Prefeitura para chegarmos a um acordo."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken