Professores e técnico-administrativos da UFJF a um passo da greve
Professores e técnico-administrativos da UFJF estão a um passo da greve
Docentes votam nesta quarta, em assembleia, indicativo de greve, enquanto representantes do Sintufejuf viajam a Brasília para discutir plano de luta
Repórter
15/5/2012
Professores e técnico-administrativos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) estão a um passo de deflagrar greve. Após o governo federal anunciar, na semana passada, a edição de medida provisória concedendo reajuste de 4% retroativo a março para os docentes das universidades e outras instituições federais, a categoria exige avanços em relação ao plano de carreira e afirma que a medida não passa de cumprimento de acordo firmado no ano passado. A MP não incluiu os técnico-administrativos, o que levou ao endurecimento do discurso.
"Essa MP que foi anunciada nada mais é que o cumprimento parcial do acordo firmado entre o governo federal, a Andes [Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora] e demais entidades. Inclusive, a concretização desse acordo está atrasada. No que se refere à proposta de carreira, nada foi sinalizado ainda. É neste ponto que os professores entendem que o governo deveria formular uma proposta já", avalia o presidente da Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes-JF), Rubens Luiz Rodrigues.
De acordo com Rodrigues, nesta quarta-feira, 16, a categoria vota, em assembleia, indicativo de greve. "Deve ser a assembleia de deflagração da greve. Temos que fazer avaliações, mas, devido às conjunções, os professores têm demonstrado ânimo de entrar em greve", afirma.
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Técnico-administrativos não são contemplados por MP
Entre os técnico-administrativos, cresceu a insatisfação após o anúncio da MP. Assim, os trabalhadores dão fortes indícios de que estão dispostos a cruzar os braços por tempo indeterminado. "Ficamos fora do reajuste para os servidores federais. Foi uma arbitrariedade não prever nenhum reajuste para os técnico-administrativos das universidades e os funcionários dos institutos federais", expõe o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf), Paulo Dimas.
Diante da situação, o coordenador-geral acredita que uma greve é iminente. "Hoje [terça-feira, 15], fizemos assembleia para discutir o plano de luta da Fasubra [Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras] que será discutido nos próximos dias 18 e 19, em Brasília. Amanhã [quarta, 16], um ônibus deixa o sindicato, levando trabalhadores que vão participar de uma marcha na capital. Diante dessa MP, não há outra alternativa para a categoria a não ser uma greve em junho, com radicalização", afirma Dimas.
A categoria reivindica negociações com o governo, visando reajuste de 22% nos vencimentos, além de melhoria do piso, passando para três salários mínimos, e estabelecimento de uma política salarial com data-base. Os técnico-administrativos buscam ainda a correção de distorções na carreira, com incentivo à qualificação e ao reposicionamento dos aposentados que perderam direitos no último enquadramento.
Os textos são revisados por Mariana Benicá