Audiência pública discute situação das escolas estaduais de JF

Por

Audi?ncia p?blica discute situa??o das escolas estaduais de JF

Audiência pública discute situação das escolas estaduais de JF

Salas de aula superlotadas e com a infraestrutura precária, falta de professores e violência foram alguns dos temas debatidos na reunião

Andréa Moreira
Repórter
17/4/2013

A audiência pública desta quarta-feira, 17 de abril, convocada pelo vereador Luiz Otávio Fernandes Coelho (Pardal-PTC), que pretendia debater as dificuldades que os estudantes enfrentam para conseguir uma vaga na rede pública estadual ganhou outros patamares. Um grupo de alunos e professores da Escola Normal e da Escola Estadual Delfim Moreira aproveitou a oportunidade para explanar e solicitar explicações da Superintendência Regional de Ensino.

Entre as reclamações, a precariedade das salas de aulas e das dependências em geral das escolas, violência e fusão de turmas. "Existem salas que comportam, no máximo, 30 alunos, porém, com a fusão, têm 35. Assim não tem condições de trabalhar", desabafa o professor da Escola Normal, Patrick Alencar, que aproveitou para fazer um convite aos vereadores de Juiz de Fora. "Convido a todos para visitar as dependências das escolas estaduais do município, para que vocês vejam a realidade destes locais." Segundo o vereador Pardal, a intenção era filmar e mostrar a situação de algumas escolas, porém devido a questões burocráticas do Governo de Minas, isso não foi possível.

Alguns estudantes levaram cartazes de protesto contra a situação atual das escolas, entre eles, a aluna da Escola Estadual Delfim Moreira, Débora da Silva. "Nós somos alunos, não somos cachorro. Queremos ensino." Já a estudante da Escola Normal, Lídia Aparecida, reclamou da estrutura das salas de aula e da falta de mão-de-obra capacitada. "Existe um descaso com o curso que é referência não só para Juiz de Fora, como para outras cidades das região. Afinal, de dentro da Escola Normal já saíram muitos professores. Mas, infelizmente, o que presenciamos hoje são carteiras quebradas e falta de professores."

Fusão das salas

Outro assunto polêmico tratado na audiência pública foi a fusão das salas de aula, medida que já é aplicada na classe do estudante da Escola Normal, Bruno Pereira. "A aula de matemática teve este novo sistema, porém a sala estava tão lotada, que não tinha como o professor se locomover. Ele sequer conseguiu sentar em sua cadeira e teve que se apoiar na carteira. Aquela foi uma situação desagradável tanto para o professor, quanto para nós, alunos."

De acordo com a vereadora Ana das Graças Côrtes Rossignoli (Ana do Padre Frederico-PDT), a legislação prevê que o aluno tem que ter, no mínimo, um metro dentro da sala de aula, enquanto para o professor, esta medida passa para dois metros. "Isso é uma situação muito grave. Caso isso esteja acontecendo, temos que averiguar."

Presente na audiência pública, a superintendente regional de Ensino, Belkis Cavalheiro Furtado, disse que a fusão é determinação do Governo de Minas e, por isso, a Superintendência deve cumprir. "Essa medida faz parte de uma legislação estadual, e, como tal, temos que segui-la."

Violência

A superintendente também afirmou que o município possui vagas suficientes para atender todos os alunos juiz-foranos e, inclusive, os de outros municípios. "Temos vagas sim. O que pode acontecer é que alguma escola, de algum bairro, que seja desejo de algum aluno, esteja lotada. Mas podemos encaminhá-lo para outro colégio."

Já a vereadora Ana do Padre Frederico acredita que a superlotação das salas de aula ocorre apenas nas escolas da região central e que a explicação para isso seria a violência. "Muitas escolas de bairro estão enfrentando o problema de brigas de gangue. Então, os pais querem tirar seus filhos destes colégios e colocá-los no Centro, onde não acontecem confrontos."

Reformas

De acordo com a superintendente regional de Ensino, o município possui 95 escolas estaduais, destas, 35 foram reformadas em 2012. "O Governo de Minas disponibilizou cerca de R$ 10 milhões ano passado para as reformas. Deste montante, R$ 807 mil foram empregados na compra de mobiliário e equipamentos para os colégios."

Belkis destaca também que a audiência pública foi positiva e que todos os tópicos apresentados serão analisados por uma comissão. "A Secretaria de Educação não está omissa. Agora, iremos avaliar e estudar cada item apresentado nesta reunião," afirma.