Reitor faz balanão de 2021 e aponta desafios para 2022
Em um cenário desafiador, diante de um quadro epidemiológico instável, juntamente à necessidade de um planejamento para a retomada segura das atividades presenciais e os duros cortes orçamentários nas universidades federais, o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus Vinicius David, fez um balanço dos avanços da Instituição em 2021 e trouxe possíveis apontamentos para a continuidade da prestação de serviços à comunidade e para a manutenção do ensino superior público, gratuito e de qualidade.
De acordo com David, este ano foi de inúmeros desafios para a Universidade, pois o país iniciou o ano dentro de um contexto de crise sanitária – a pandemia de Covid-19 – em que, nos meses de março e abril, houve um agravamento no cenário. “A UFJF manteve o seu compromisso, junto à sociedade, em contribuir no enfrentamento da pandemia. Foi feita toda uma mobilização, por meio dos mais diversos setores da Universidade, no intuito de oferecer soluções e apoio no combate desta trágica situação.”
Apesar das dificuldades, o também presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) apontou que a Universidade cumpriu seu papel social, junto ao município, ao contribuir com diversas ações, entre elas, a disponibilização de profissionais e estrutura para a realização da Campanha da Vacinação. Além disso, afirmou que, mesmo diante de um momento crítico, a Instituição iniciou, no segundo semestre deste ano e em função do avanço da vacinação, o planejamento e a organização da retomada das atividades presenciais.
“Isso começa a se observar a partir de junho, momento em que passamos a permitir que os cursos tivessem atividades presenciais. Iniciamos, também, um debate para organizar que outras áreas, no segundo semestre letivo, em outubro, pudessem ter essa mesma possibilidade. Além disso, passamos a nos organizar para que nossos docentes e servidores retornassem aos seus trabalhos presencialmente.”
Desafios
Além dos percalços experienciados em decorrência do quadro epidemiológico, o reitor destacou que as dificuldades foram encaradas em um cenário de cortes orçamentários graves, sendo um dos mais difíceis vividos pelas universidades federais. “Em 2021, o orçamento discricionário – usado para a manutenção das instituições – atingiu seu valor mais baixo da série histórica dos últimos anos. O que fez com que tivéssemos o desafio de retomar as atividades presenciais em um cenário econômico complexo.”
“Apesar disso, conseguimos tomar as decisões necessárias para que as atividades fossem retomadas. É importante destacar que neste cenário tão difícil, o único mecanismo possível foi criar um debate muito transparente. Nós deixamos claro para toda a comunidade acadêmica qual era a real situação orçamentária da UFJF e tivemos que tomar medidas muito duras”, enfatizou o presidente da Andifes.
Mesmo com a presença dos desafios, reitera que a Universidade conseguiu fazer essa travessia de forma comprometida com a segurança da sua comunidade, com a manutenção da qualidade acadêmica e na garantia de condições para que a Instituição pudesse continuar a se desenvolver. “Gostaria de destacar também, um movimento importante que foi o debate sobre o planejamento de um Programa de Desenvolvimento Institucional (PDI) que garantisse uma ampla participação da comunidade, uma profunda reflexão sobre a UFJF e criasse bases consistentes e seguras para o avanço da nossa Instituição.”
Esperança em dias melhores
Para o próximo ano, o reitor acredita que é preciso ter uma perspectiva para continuar com a comunidade mobilizada no processo de construção de uma grande universidade pública, como é o caso da UFJF. “Estamos realizando vários trabalhos, com uma forte inserção política, na tentativa de recuperar o orçamento das universidades federais para superarmos essa crise. Nossa grande expectativa é que a Universidade consiga retomar as atividades presenciais em todos os setores, acolhendo estudantes, professores e servidores, para que a Instituição continue sendo um espaço para que a comunidade de Juiz de Fora e região tenham boas experiências.”
Ao concluir, ressaltou que estamos superando esse momento de dificuldade e que é preciso saudar a vida de todas as pessoas que sobreviveram, dentro de um cenário de tantas perdas. “Atravessamos a situação mostrando para a sociedade a relevância de uma universidade pública, inserida junto à comunidade e que cumpre o seu papel de desenvolvimento social e econômico da sociedade. Temos uma grande perspectiva que, após superado esse período, em 2022 trilharemos esse caminho consistente que a UFJF vem construindo em sua história, rumo a uma Universidade de referência nacional.”