Partidos pol?ticos têm pouca importência para eleitor juizforano na escolha do candidato

Por

Terça-feira, 21 de setembro de 2010, atualizada às 18h

Partidos políticos têm pouca importância para eleitor juizforano na escolha do candidato

Daniele Gruppi
Subeditora

Os partidos políticos têm pouca importância para o juizforano na hora de escolher o candidato nas Eleições 2010. Esse foi o resultado do projeto Fala Juiz de Fora, divulgado nesta terça-feira, dia 21 de setembro. A pesquisa analisou os critérios usados pelos eleitores da cidade para definir o voto. Foram entrevistadas 541 pessoas, sendo 46,6% do sexo masculino e 53,4% do feminino.

Segundo o diretor do Centro de Pesquisas Sociais (CPS) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Carlos Alberto Hargreaves Botti, a ausência de definição ideológica dos partidos faz com que os juizforanos tenham outros critérios para definir o candidato, como valores pessoais. Simpatia e honestidade, por exemplo, surgem como critérios de voto. "Os eleitores escolhem o candidato a partir da ausência de partido."

De acordo com o estudo, 41,96% dos entrevistados levam em consideração o partido político  ao qual o candidato pertence na hora de votar e 54,71% desconsideram esse fator. Conforme a pesquisa, 39,7% das pessoas declararam ser muito importante ou importante o político ser do mesmo partido delas ou do partido que simpatizam.

Os eleitores revelam preferir aqueles que já tenham ocupado cargo político (47,5%), dado que é reforçado quando questionados sobre a importância de o candidato ser experiente (ter ocupado cargo político): 78,3% consideram esse fator importante ou muito importante. Ainda relacionado à experiência, 49,6% dos entrevistados disseram que preferem votar em adultos ou idosos.

Nem o local de residência do político, nem o fato de ser de Juiz de Fora têm valor importante na definição do voto. "Esse dado revela um cosmopolitismo na cidade." Da mesma forma, a relação pessoal do eleitor com o candidato não determina a sua preferência (60,1%) nem tão pouco o fato de ser o candidato conhecido do eleitor (77,1%). Os dados também mostram que ser rico ou pobre, bonito ou feio, homem ou mulher não constituem um valor na escolha nas urnas.

Um terço do eleitorado considera muito importante ou importante a vinculação entre o candidato e outro político. Elemento que é observado na hora de atribuir o voto é a simpatia, pois 49,54% disseram ser esse um valor levado em conta. A história de vida também é considerada um fator para definir o voto: 57,12% disseram que procuram levantar mais dados sobre a vida do candidato.

No perfil dos valores que mais definem a escolha, aparece "ser simpático" (61,5%), "ter estudado" (80,6%), "ser religioso" (34,1%), "ter ideias iguais as minhas" (50,7%) ou que, "pelo menos, seu conjunto de ideias seja próximo ao meu" (84,7%) e que sobretudo "seja honesto" (98,5%) e "trabalhador" (99,2%).

Como a principal característica que um candidato precisa ter, a honestidade lidera o ranking, sendo apontada por 43,1% dos entrevistados, seguida por caráter (9%) e bons projetos ou propostas (5,2%). A honestidade também aparece como o principal critério na hora de escolher o voto (37%).

Indecisão

Apenas 15,53% dos juizforanos têm definido o conjunto de candidatos nas eleições 2010, em que são escolhidos deputados federal e estadual, governador, senadores e presidente. Entretanto, o diretor do CPS ressalta que, embora haja a indecisão, o eleitor pretende exercer a sua cidadania no dia 3 de outubro. "Mais de 95% disseram que pretendem votar."

IDH

A próxima pesquisa a ser divulgada pelo projeto Fala Juiz de Fora tratará do tema Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os pesquisadores entram em campo na próxima semana. O objetivo é propiciar às instituições públicas e privadas, os meios de comunicação, a comunidade acadêmica e a população em geral uma base de dados cientificamente elaborada, que permita uma reflexão sobre o que pensa a população da cidade.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken