Juizforanos eleitos gastaram mais de 18 milhções em campanhas
Juizforanos eleitos gastaram mais de R$ 18 milhões em campanhas
Repórter
Os cinco candidatos juizforanos eleitos ainda no primeiro turno gastaram juntos mais de R$ 18 milhões em suas campanhas eleitorais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou os dados das prestações de contas dos candidatos. Os políticos que disputaram apenas o primeiro turno tiveram até as 19h da última terça-feira, 2 de novembro, para apresentar os gastos e receitas no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).
O senador eleito Itamar Franco (PPS) foi o que mais investiu em sua campanha. O ex-presidente gastou R$ 11,5 milhões em publicidade, envio de materiais pelos Correios, pessoal e locação e manutenção de comitês eleitorais. O valor foi próximo do investido por Aécio Neves (PSDB) que chegou a gastar R$ 11,9 milhões. Parte desse valor foi doada para a campanha de Itamar. Aécio incrementou a candidatura do ex-presidente com R$ 200 mil. Além da ajuda do colega de campanha, Itamar foi agraciado com o apoio financeiro de construtoras e empresas de engenharia. Pelo menos 15 empresas do tipo fizeram doações únicas iguais ou superiores a R$ 100 mil cada. Um banco privado e uma financeira fizeram doações de R$ 100 mil e R$ 150 mil ao ex-presidente. O Diretório Estadual do PPS direcionou R$ 668.883,20 para a campanha de Itamar.
Os deputados federais eleitos Júlio Delgado (PSB) e Marcus Pestana (PSDB) também investiram pesado. Delgado gastou R$ 1,67 milhão, enquanto Pestana teve despesa de R$ 1,66 milhão. Além das verbas liberadas por seus partidos, ambos gozaram de doações feitas por empresas privadas. Delgado recebeu doações únicas iguais ou superiores a R$ 50 mil de siderúrgicas, construtoras, bancos e supermercados. A campanha de Pestana — antigo secretário de Estado de Saúde — foi financiada por construtoras, empresas de engenharia e instituições médicas como federações de classe e faculdades de medicina.
Na disputa para a Assembleia Legislativa os gastos foram mais baixos. O deputado eleito Lafayette Andrada (PSDB) investiu R$ 1,32 milhão em sua campanha. Ele declarou ter investido mais de R$ 1 milhão em recursos próprios, ter recebido R$ 93 mil do Diretório Estadual do PSDB e R$ 114 mil do pai, o deputado federal Bonifácio Andrada (PSDB). O restante é proveniente de doações de pessoas físicas, apoiadores de sua campanha. O vereador e deputado estadual eleito Bruno Siqueira (PMDB) investiu R$ 612 mil na disputa eleitoral. Além dos recursos vindos do Diretório Estadual do PMDB, as grandes doações vieram de siderúrgicas, empresas de engenharia e instituições bancárias e financeiras.
Hélio Costa gastou o dobro de Anastasia
O segundo colocado na eleição para o Governo do Estado de Minas Gerais, Hélio Costa (PMDB) gastou o dobro do que declarou ter investido o governador reeleito Antônio Anastasia (PSDB). Costa declarou despesas de R$ 33,8 milhões na campanha, enquanto Anastasia disse ter gasto R$ 14,1 milhões. O peemedebista conseguiu ainda investir mais do que o arrecadado, ficando com saldo negativo de R$ 3 milhões entre receita — R$ 30 milhões — e despesa. O candidato recebeu parte da verba de construtoras, bancos e financeiras, mas o montante mais significativo, R$ 22 milhões, veio de doações dos comitês financeiros estadual, nacional e único e dos diretórios estadual e nacional do partido.
Anastasia arrecadou R$ 15,4 milhões durante a campanha. O diretório estadual do PSDB repassou R$ 4,7 milhões. As grandes doações, que passaram de R$ 500 mil cada uma, vieram de um banco privado, uma financeira e empresas de engenharia, de construção e da extrativa mineral. Aécio Neves contribuiu para a campanha com R$ 100 mil.
Vice pagou metade da campanha de Marina
Dos R$ 24,1 milhões gastos pela campanha de Marina Silva (PV) no primeiro turno, R$ 11,8 milhões foram financiados pelo candidato a vice-presidente da chapa, Guilherme Peirão Leal. O montante foi doado para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República e repassado para a candidatura de Marina. O comitê recebeu também doações gordas de metalúrgicas, empresas de engenharia, uma companhia de bebidas e até de uma cooperativa de produtores de cana-de-açúcar. O empresário Eike Batista doou R$ 500 mil para a campanha de Marina.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken