Clubes da Série A contratam cem novos jogadores na janela e evitam gastar
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com a janela de transferências aberta por quase um mês, os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro registraram cem novos jogadores na CBF.
Isso não significa que todos fizeram grandes investimentos. O pagamento de multas rescisórias ou negociações que envolvessem dinheiro não representaram a regra.
Dessa centena de reforços adquiridos pelas equipes, 66 chegaram por empréstimo, eram atletas envolvidos em troca, estavam sem contrato ou acabaram liberados gratuitamente por seus clubes de origem.
Nos dias finais, antes do encerramento do período para negociações, tentativas de aquisições de impacto terminaram em frustrações para grandes equipes do país.
O Corinthians não conseguiu contratar o atacante Michael, do Al-Hilal (ARS) para substituir Willian. O Flamengo se esforçou para repatriar o meia Oscar, mas ele permaneceu no Shanghai FC (CHN).
A janela de transferências do meio do ano do futebol nacional foi aberta em 18 de julho e se fechou na última segunda-feira (15).
"O São Paulo aproveitou muito bem as oportunidades que surgiram. Sabíamos das nossas necessidades do elenco e traçamos as estratégias de atuação, vendendo jogadores e adquirindo peças para qualificar o grupo. As contratações possuem padrões diferentes. Temos atletas estrangeiros que precisarão de um período para adaptação, o Marcos Guilherme chegou sem custos, e Felipe Alves veio para uma reposição depois da lesão do Jandrei", afirma Rui Costa, executivo de futebol do São Paulo.
Das cinco aquisições feitas pelo time do Morumbi, apenas o meia argentino Giuliano Galoppo foi comprado. O Banfield recebeu cerca de US$ 8 milhões (R$ 41 milhões pela cotação atual). Os outros reforços foram o goleiro Felipe Alves (Juventude), o zagueiro Nahuel Ferraresi (Manchester City-ING) e o atacante Nahuel Bustos (Girona-ESP), por empréstimo, e o atacante Marcos Guilherme, que estava sem vínculo com nenhuma agremiação.
As equipes que mais contrataram foram Atlético-GO (10 reforços), Botafogo (9), Coritiba (9) e Fortaleza (8). Nelas, a regra de a maioria ser de jogadores emprestados ou gratuitos prevaleceu. Para os goianienses foram seis, sete para os botafoguenses, oito para os curitibanos e cinco para os cearenses.
"O Fortaleza aproveitou essa janela para qualificar o elenco, trazer peças que entendíamos que necessitávamos e que não tínhamos conseguido ao longo do ano. Perdemos alguns jogadores por lesão, liberamos alguns outros que entendíamos que era hora de ter outro ciclo. Trouxemos jogadores de qualidade em diversas posições: goleiro, zagueiro, meio-campista, atacante. Isso nos deixa mais fortes para essa sequência de temporada", analisa o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz.
Mesmo algumas contratações de impacto se deram sem custo. Foi assim que o Atlético Mineiro, um dos candidatos ao título nacional, reforçou-se com o zagueiro Jemerson e os atacantes Pavon, Alan Kardec e Pedrinho.
A ausência de custos é referente apenas apenas aos valores necessários para adquirir os jogadores e não incluem os salários.
"Buscamos nomes importantes com contratos por terminar ou a possibilidade de aproveitar algum atleta do leste europeu que estivesse retornando ao Brasil. Estamos falando de uma das competições mais difíceis do mundo", afirma o presidente do Internacional, Alessandro Barcelos.
Das quatro aquisições do colorado gaúcho, duas ocorreram por empréstimo (o lateral Weverton e o atacante Mikael) e uma foi a chegada de um profissional que estava sem contrato (o zagueiro Igor Gomes). A equipe investiu US$ 1 milhão (R$ 51 milhões) no atacante argentino Braian Romero, do River Plate (ARG).
A regra não valeu para dois dos principais candidatos ao título. Os clubes que mais gastaram na curta janela de transferências foram o líder Palmeiras e o segundo colocado Flamengo.
Entre as aquisições de Everton Cebolinha e do chileno Erick Pulga, o rubro-negro carioca pagou cerca de 16,5 milhões de euros (R$ 85,3 milhões pela cotação atual). Também fez, sem gastar, uma das contratações de maior impacto no futebol brasileiro neste ano: o acerto com o chileno Arturo Vidal, liberado pela Internazionale (ITA). Também chegou à Gávea o lateral uruguaio Guillermo Varela.
É quase o mesmo valor que o Palmeiras investiu para ter o meia Bruno Tabata e os atacantes José Manuel López e Miguel Merentiel. O trio custou, no total, cerca de 16 milhões de euros (R$ 83,7 milhões).
À exceção deles, o maior gasto feito por apenas um jogador foi do Corinthians, que pagou US$ 6 milhões (R$ 30,8 milhões) pelo volante argentino Fausto Vera.