De seleções com 4 goleiros a domínio inglês, veja curiosidades das convocações

Por CRISTIANO MARTINS E DIANA YUKARI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao todo 831 jogadores desembarcam no Qatar com o sonho de fazer história na Copa do Mundo de 2022, que começa neste domingo (20).

São 95 atletas a mais em relação à edição anterior, pois a Fifa aumentou de 23 para 26 o número de convocados em cada seleção. A mudança se deve ao calor no Oriente Médio e à pandemia de Covid.

O saldo final é ímpar porque o técnico do Irã, o português Carlos Queiroz, preferiu não usar todas as vagas extras e relacionou 25 nomes, sem dar explicação.

Outra decisão inusitada de Queiroz é levar quatro goleiros, algo inédito em Mundiais. Mas ele não está sozinho nessa. Murat Yakin, da Suíça, e Jalel Kadri, da Tunísia, também quiseram ter opções de sobra para a posição.

No outro extremo, o brasileiro Tite e o espanhol Roberto Martínez, da Bélgica, acharam melhor apostar tudo no arsenal ofensivo. Foram os únicos a selecionar nove atacantes de ofício, cada um.

O que não muda neste ano é a predominância do futebol inglês. O Mundial vai reunir 158 jogadores de clubes do país, praticamente 1 a cada 5 convocados.

O berço da Premier League lidera o ranking pela segunda edição consecutiva, e com ampla folga. Tem quase o dobro em relação à Espanha, onde atuam 86 atletas.

O elenco do Brasil reflete esse domínio. A lista de Tite tem 12 jogadores (46%) vinculados a equipes da primeira divisão do campeonato inglês.

O futebol brasileiro aparece somente na 24ª colocação desse ranking, junto a Croácia e Austrália, com sete nomes de clubes nacionais.

Na própria seleção brasileira estão o goleiro Weverton (Palmeiras), o meia Éverton Ribeiro e o atacante Pedro (ambos do Flamengo).

Além desses, estarão na Copa o atacante Canobbio (Athletico Paranaense), o meia Arrascaeta e o lateral Varela (Flamengo), todos uruguaios, e ainda o zagueiro equatoriano Arboleda (São Paulo).

Do total de atletas selecionados, apenas 266 jogam em equipes dos próprios países (32%), enquanto 565 disputam ligas estrangeiras (68%).

A seleção mais internacional é a do Senegal, a única com todos os 26 convocados atuando além de suas fronteiras. Argentina, Camarões e Sérvia vêm na sequência, cada uma com um representante solitário de times locais.

Do lado oposto estão Inglaterra, Arábia Saudita e Qatar, com 25 jogadores de equipes nacionais e somente um forasteiro.

Apesar do amplo domínio inglês, o clube com mais convocados é o Bayern de Munique. O atual decacampeão da Bundesliga cedeu 17 atletas, espalhados por oito seleções -sete deles na própria Alemanha.

Na sequência aparecem os também gigantes Manchester City e Barcelona, com 16 cada. Logo abaixo, com um a menos, está o modesto Al Sadd, do Qatar, no qual atuam metade dos jogadores do país-sede.

Outra curiosidade é o número de atletas que não representarão os países onde de fato nasceram. São 138 jogadores naturalizados ou com dupla nacionalidade, o equivalente a 17% dos convocados.

Com 14 nascidos fora do país (54%), a seleção do Marrocos é a que mais abriga atletas nessa situação e única com maioria estrangeira. Principal estrela do time africano, o lateral Achraf Hakimi, do Paris Saint-Germain, por exemplo, é natural da Espanha.

O ala Alphonso Davies (Canadá) e os atacantes Choupo-Moting (Camarões) e Raheem Sterling (Inglaterra) são outros protagonistas que também nasceram longe dos países que defendem --em Gana, Alemanha e Jamaica, respectivamente.

Das 32 seleções, as únicas sem nomes importados são Brasil, Argentina, Arábia Saudita e Coreia do Sul.

A França, por outro lado, é o país onde nasceram mais atletas convocados para esta edição da Copa. Dos 61 jogadores, 23 defenderão a atual campeã do mundo e 38 estarão distribuídos por nove equipes, como Tunísia (10), Senegal (9) e Camarões (8).

Três atletas nascidos em solo brasileiro também disputarão a Copa com outro uniforme, o de Portugal. São eles o zagueiro Pepe e os meias Matheus Nunes e Otávio.

A média de idade entre todos os convocados é de 27 anos. O caçula desta edição é o atacante alemão Youssoufa Moukoko, que completa 18 exatamente neste domingo. Já o mais velho é o goleiro mexicano Alfredo Talavera, 40.

A equipe mais jovem é Gana (média de 24 anos e 8 meses), enquanto o time mais experiente é o Irã (28 anos e 11 meses).

A média geral de altura dos selecionados é de 1,82 metro. O baixinho da vez é o meia marroquino Ilias Chair, com 1,64 m. E o mais alto, o goleiro holandês Andries Noppert, de 2,03 m.

Adversária do Brasil na primeira fase, a Sérvia é a seleção de maior estatura média, com 1,87 m. O México aparece no extremo oposto, com 1,79 m.

O levantamento foi realizado pela Folha a partir das convocações oficiais divulgadas pela Fifa em 16 de novembro. As seleções podem alterar as listas, em caso de lesão e com autorização da entidade, até 24 horas antes das respectivas estreias.