Como filhos de ídolos do Corinthians mexeram na comissão de Tite na Copa

Por ARTHUR SANDES E VANDERLEI LIMA

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A seleção brasileira teve uma substituição de última hora às vésperas da estreia na Copa do Mundo. Não foi de um jogador, mas de um observador técnico. Sai Fernando Lázaro, anunciado como novo treinador do Corinthians; entra Gabriel de Oliveira, analista do Fluminense. Em comum eles têm uma boa dose de DNA alvinegro: ambos são filhos de ídolos corintianos.

Lázaro é filho do ex-lateral Zé Maria, apelidado de "Super Zé", que jogou no Corinthians por 13 anos e foi campeão quatro vezes, incluindo dois títulos simbólicos: o Paulistão de 1977, que derrubou um jejum de títulos, e o de 82 com a Democracia Corintiana.

Gabriel de Oliveira, como o sobrenome sugere, é o herdeiro futebolístico de Oswaldo de Oliveira, técnico que foi campeão três vezes com o Corinthians: ganhou um Paulista e um Brasileirão (em 1999) e um Mundial de Clubes (em 2000).

Originalmente o "convocado" por Tite era Fernando Lázaro, chamado para ser observador técnico. Ele teria de observar possíveis adversários da seleção e montar um relatório para a seleção brasileira se preparar de acordo para o jogo seguinte. No entanto, anunciado pelo Corinthians, ele precisou voltar ao Brasil para se concentrar no planejamento do clube para 2023.

"Falei para ele: tive o meu desafio, superei e venci, agora é a sua vez", celebra Zé Maria em conversa com a reportagem. "Agora é aquela tensão, eu estou sofrendo mais do que ele. É uma baita responsabilidade, mas ele tem a consciência que está preparado para isso. Sabe o tamanho do desafio e vai seguir em frente", diz o ídolo corintiano.

Gabriel de Oliveira, seu substituto, é analista de desempenho do Fluminense e nos últimos meses também vinha ajudando a seleção brasileira: assistiu a três partidas de seleções europeias em março, incluindo uma da Suíça, adversária do Brasil na primeira fase da Copa. Ele decolou do Brasil no domingo (20) e deve chegar nesta segunda (21) ao Qatar para compor o time de observadores técnicos de Tite.

"Fico feliz duas vezes. Primeiro porque o Lázaro teve que retornar por causa do convite do Corinthians, e também porque quem foi substituí-lo lá no Qatar foi meu filho", comemora Oswaldo de Oliveira em entrevista à reportagem.

A relação do Corinthians com a seleção brasileira se tornou direta desde a nomeação de Tite como treinador, em 2016. A começar pelo próprio Fernando Lázaro, que ficou cinco anos na CBF e participou da Copa do Mundo de 2018 e da Copa América do ano seguinte. Outros profissionais da seleção que já passaram pelo Corinthians são o preparador físico Fábio Mahseredjian e os auxiliares Cléber Xavier e Matheus Bacchi.