Refugiados senegaleses se reúnem para estreia na Copa e confiam em vitória sem Mané
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Mais de cem senegaleses se reuniram em um bar no centro da cidade de São Paulo para acompanhar a estreia do país na Copa do Mundo. Empolgado, o grupo não perdeu a confiança por perder Sadio Mané. Pouco antes do apito inicial para o duelo contra a Holanda, os torcedores fizeram um esquenta com cânticos de apoio e tiveram o ritmo embalado por seis saberes, tambores tradicionais do Senegal.
Quem organizou a festa foi Paco Yega, que está no país desde a Copa de 2014. Ele convidou a comunidade para assistir ao jogo no bar e todos conseguiram um tempinho nos seus trabalhos para comparecer, afinal é Copa. Paco é artista e veio ao Brasil para se apresentar na abertura do Mundial sediado pelo país verde e amarelo e resolveu ficar em busca de condições melhores para sobreviver.
"Eu acho que o Senegal vai ganhar essa Copa do Mundo. Estamos com time forte, mesmo sem Mané. Com ou sem ele, nós vamos levar esse título", disse Paco, confiante com os bons resultados de sua seleção, que joga sem a estrela Sadio Mané, o segundo melhor jogador do mundo na atualidade.
Paco faz shows com outros amigos senegaleses, mas também trabalha em uma loja de roupas do centro de São Paulo. Segundo ele, a vida está muito melhor no Brasil. "Gosto muito daqui e também torço pela seleção brasileira. Me acolheram muito bem", completou.
Após conversar com a reportagem, Paco voltou a agitar seus amigos compatriotas e empolgou a festa. Aos poucos, o bar foi ficando abarrotado. Assim que o jogo começou, os senegaleses observavam atentos às duas televisões do bar e demonstravam aflição com as jogadas da Holanda, porém celebraram muito a boa ação da defesa de sua seleção.
Nas boas chances de gol da equipe senegalesa, os torcedores, é claro, gritaram ainda mais, embarcando nos cânticos de incentivo. Amigo de Paco, Aziz Mbaye era um dos mais contidos, estava concentrado.
Aziz também é artista e veio ao Brasil para se apresentar na Copa de 2014. Assim como o amigo, ficou na esperança de melhores condições e hoje vive melhor trabalhando em lojas de roupas e fazendo shows.