Caso Embolo: veja as regras da Fifa para atleta jogar por seleção de outro país
MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) - Quando Breel Embolo marcou o gol da Suíça contra Camarões, não comemorou. Nascido no país africano, ele se mudou para a Europa com a mãe e se naturalizou suíço em 2014, seleção que defende desde as categorias de base.
Além dele, outros jogadores vivem situação semelhante, como os jogadores de Portugal Pepe, Otávio e Matheus Nunes --todos nascidos no Brasil, mas com dupla cidadania. O Marrocos é quem lidera a estatística de jogadores naturalizados, com 14.
No geral, a Copa do Mundo deste ano tem 138 atletas defendendo outras bandeiras, de acordo com levantamento do jornal Folha de S.Paulo.
Mas como funcionam essas regras? A maioria dos jogadores consegue fazer essa alteração quando têm menos de 21 anos.
Um jogador pode passar a defender outro país mesmo que já tenha jogado nas categorias de base de sua nação de origem (até o sub-21), desde que já possua a cidadania do país que deseja defender no futebol profissional.
Caso esse jogador ainda não tenha a nacionalidade do novo país, ele ainda assim poderá fazer a mudança. Será preciso, porém, que a idade seja inferior a 21 anos quando jogar pela primeira vez pela nacionalidade que pretende abraçar.
Atletas que moraram em um país diferente por cinco anos ou mais, como é o caso de Otávio e Matheus Nunes, também podem defender outra nacionalidade.
Otávio foi convocado por Alexandre Gallo para a seleção sub-20. Ele conseguiu a nacionalidade portuguesa em março do ano passado, sete anos após ter chegado ao país, e passou a ser peça importante de Fernando Santos. Matheus Nunes foi convocado por Tite, mas recusou, e optou por Portugal.
Mas, e os jogadores que já defenderam a seleção principal? É possível trocar de país também.
Os atletas podem mudar de nacionalidade desde que tenham jogado três partidas ou menos pelo time principal e com menos de 21 anos. São necessários três anos entre a última partida pela 'antiga' seleção e a 'nova'.
Esses três jogos não podem ter acontecido em Copas do Mundo ou campeonatos continentais, como a Copa América.
Um detalhe importante é que os jogadores não podem trocar de nacionalidade caso tenham representado um país em qualquer tipo de futebol. Um exemplo disso é o zagueiro Maximilian Kilman, do Wolverhampton, que esteve com a seleção inglesa de futsal entre 2015 e 2017, disputando 25 jogos.
Kilman tentou jogar pela Ucrânia (país de sua mãe) ou Rússia (país de seu pai). O técnico da Ucrânia à época, Andriy Shevchenko, formalizou o pedido à Fifa, mas ele foi negado. O jogador foi cotado pelo técnico Gareth Southgate, da Inglaterra, para esta Copa.
As regras foram revisadas pela Fifa em 2020. Antigamente, atletas poderiam defender mais seleções na carreira profissional. Ferenc Puskás fez história na Hungria, mas também jogou pela Espanha. Di Stéfano, da mesma época, atuou por três seleções: Argentina, Colômbia e Espanha.
Nesta Copa do Mundo, quatro países usam apenas jogadores nascidos em seu território: Brasil, Argentina, Arábia Saudita e Coreia do Sul.
A França é o país onde nasceram mais atletas convocados para esta edição da Copa. Dos 61 jogadores, 23 defenderão a atual campeã do mundo e 38 estarão distribuídos por nove equipes, como Tunísia (10), Senegal (9) e Camarões (8).