Tunísia faz história ao vencer a França, mas dá adeus à Copa do Catar

Por Agência Brasil

Triunfo da Austrália sobre Dinamarca deixa africanos fora das oitavas

 

A Tunísia deu adeus à Copa do Mundo do Catar, mas fez história nesta quarta-feira (30). As Águias do Cartago fizeram a parte que lhes cabia e superaram a França, atual campeã, por 1 a 0, no Estádio Cidade da Educação, em Doha. A equipe africana, porém, dependia de um resultado favorável no duelo entre Austrália e Dinamarca, no Estádio Al Janoub, em Al Wakrah. O triunfo dos Socceroos, também por 1 a 0, acabou eliminando os tunisianos.

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Apesar da derrota, os Bleus - que entraram em campo já classificados - finalizaram o Grupo D na ponta, com os mesmos seis pontos da vice-líder Austrália, ficando à frente pelo saldo de gols. Os tunisianos, com quatro pontos, despedem-se da Copa do Catar na terceira colocação da chave, com quatro pontos.

O primeiro triunfo da Tunísia sobre um europeu na história do Mundial foi especial, também, pelo rival ser um antigo colonizador. O país africano foi um protetorado francês entre 1881 e 1956, quando, enfim, conseguiu independência. O período deixou marcas na população. Tanto que, antes de a bola rolar, alguns torcedores vaiaram a "A Marselhesa", como é chamado o hino da França. Ato parecido, mas em maior profusão, ocorreu em 2008, quando as seleções jogaram em Paris, capital francesa. Na ocasião, o meia Hatem Ben Arfa, de ascendência tunisiana, mas que defendia os Bleus, foi o maior alvo das arquibancadas.

Viva na briga pelo terceiro título mundial (e o segundo consecutivo), apesar do fim de uma sequência de nove partidas de invencibilidade em Copas, a França terá pela frente, nas oitavas de final, o vice-líder do Grupo D, que reúne Argentina, Polônia, Arábia Saudita e México. O jogo será no domingo (4), às 12h, no Estádio Al Thumama, em Doha.

Os tunisianos seguiram no ataque na volta do intervalo, com a postura ainda mais ofensiva. Aos seis minutos, Aissa Laïdouni tomou do também volante Youssouf Fofana na área e soltou a bomba, na frente do goleiro Steve Mananda, por cima do gol. A maior vontade do time africano foi recompensada aos 12. O meia Ellyes Shkiri roubou de Fofana no meio-campo e rolou para Laïdouni, que lançou Khazri. O atacante, um dos dez jogadores da seleção africana com nacionalidade francesa, carregou em direção à área, encarou a marcação e bateu na saída de Mananda, no cantinho, abrindo o placar.

Com o desgaste da Tunísia e as alterações de Deschamps, que promoveu as entradas do volante Adrien Rabiot e dos atacante Kylian Mbappé, Antoine Griezmann e Ousmane Dembelé, todos titulares habituais, a França passou a controlar as ações ofensivas e chegar com perigo. Dahmen, em três ocasiões, salvou as Águias do Cártago, em finalizações de Dembelé (33 e 36 minutos) e Mbappé (43 minutos).

Nos acréscimos, a resistência africana pareceu ter chegado ao fim. Aos 52 minutos, Tchouaméni cruzou pela esquerda, o zagueiro Montassar Talbi afastou e Grizemann, de primeira, mandou para as redes. A celebração do atacante, porém, foi frustrada pelo árbitro de vídeo (VAR), que viu impedimento na jogada. Apesar da eliminação já consolidada pela vitória da Austrália sobre a Dinamarca, a anulação do gol francês explodiu a torcida tunisiana, que pôde, ao menos, comemorar uma vitória histórica no adeus à Copa do Catar.