Croácia segura pressão, avança às oitavas e elimina Bélgica da Copa
Atual vice-campeã mundial, a Croácia está nas oitavas de final da Copa do Mundo do Catar. Nesta quinta-feira (1º), a seleção do leste europeu empatou sem gols com a Bélgica no Estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan, avançando com a vice-liderança do Grupo F.
Os croatas finalizaram a chave com cinco pontos, dois atrás de Marrocos, que venceu o Canadá por 2 a 1 no Estádio Al Thumama, em Doha, garantindo a primeira colocação. Com quatro pontos, os belgas deram adeus ao Mundial na primeira fase, o que não ocorria desde 1998. Os Diabos Vermelhos tiveram ao menos três grandes chances na etapa final, todas com Romelu Lukaku, mas o centroavante, recém recuperado de uma lesão na coxa que quase o deixou fora da competição, acabou desperdiçando.
A Copa do Catar, encerrada precocemente, pode ter sido a última de uma talentosa geração belga, com jogadores vitoriosos nos respectivos clubes e que colocaram a seleção no topo do ranking da Fifa entre 2018 e 2021, mas que fracassou na busca por grandes títulos. Nomes como o meia Kevin de Bruyne (31 anos), o volante Alex Witsel (33), os zagueiros Jan Vertonghen (35) e Toby Alderweireld (33), o lateral Thomas Meunier (31) e os atacantes Eden Hazard (31) e Dries Mertens (35) têm presença incerta (a maior parte deles, improvável) na edição de 2026.
Presente nas oitavas pela terceira vez em seis participações em Mundiais, a Croácia enfrentará o líder do Grupo E, que tem Espanha, Alemanha, Costa Rica e Japão. O duelo será na segunda-feira (5), às 12h (horário de Brasília), no no Estádio Al Janoub, em Al Wakrah. Nas duas ocasiões anteriores em que passou da primeira fase, os croatas chegaram, pelo menos, às semifinais.
Se o técnico croata, Zlatko Dalic, mandou a campo a mesma escalação que goleou o Canadá por 4 a 1, as más atuações contra canadenses (apesar da vitória por 1 a 0) e marroquinos (derrota por 2 a 0) levaram Roberto Martínez a mexer no time belga. A formação com três zagueiros foi resgatada, com Leander Dendoncker ao lado de Alderweireld e Vertonghen, em substituição ao volante Amadou Onana, suspenso pelo número de cartões amarelos. No ataque, Yannick Carrasco e Leandro Trossard assumiram os lugares dos irmãos Eden e Thorgan Hazard e Michy Batshuayi saiu para entrada de Mertens.
As alterações, a princípio, surtiram efeito e tornaram a Bélgica mais veloz para trocar passes e contra-atacar. Aos dez minutos, Mertens tabelou com Trossard na esquerda, invadiu a área e cruzou rasteiro para Carrasco, que perdeu o ângulo para finalizar. Quando o fez, na pequena área, chutou em cima do lateral Josip Juranovic. Dois minutos depois, De Bruyne avançou pelo meio e tocou para Mertens, que entrou na área pela esquerda e bateu de primeira, mas pegou mal, mandando por cima, quase na marca do pênalti.
A intensidade belga, porém, não demorou a esfriar e a equipe logo se viu presa na marcação croata. A seleção do leste europeu, em ritmo mais cadenciado, teve uma penalidade marcada a favor aos 14 minutos e anulada três minutos depois, com participação do árbitro de vídeo (VAR). Após cobrança de falta de Modric, Carrasco derrubou o atacante Andrej Kramaric na área. Assinalada em campo, a infração foi cancelada pelo zagueiro croata Dejan Lovren estar um ombro à frente no lance. Impedido, portanto.
O segundo tempo iniciou com a Croácia tentando se impor no ataque. Aos quatro minutos, o zagueiro Josko Gvardiol encontrou Mateo Kovacic na área, entre Alderweireld e Meunier. O meia finalizou e obrigou Thibaut Courtois a uma grande defesa. Três minutos depois, Kovacic teve nova chance, agora da entrada da área, mas o chute no canto direito também parou em Courtois.
A pressão croata pareceu ter acordado os belgas, que assustaram duas vezes em sequência, ambas com Lukaku. Aos 14 minutos, o atacante, que substituiu Mertens no intervalo, pegou a sobra de um chute de Carrasco que explodiu em Juranovic. Livre na área e com o gol aberto, o centroavante da Inter de Milão (Itália) chutou na trave esquerda. Aos 16, na pequena área, ele cabeceou por cima da meta, após De Bruyne cruzar pela esquerda - a bola, porém, já tinha saído pela linha de fundo e o lance seria invalidado em caso de gol.
A Bélgica foi para o abafa, mas a noite catari, definitivamente, não era dos Diabos Vermelhos e, principalmente, de Lukaku. Aos 41 minutos, o atacante desviou, na pequena área, um chute de Meunier pela direita, que saiu rente à trave esquerda. Aos 45, o camisa 9 teve a chance após cruzamento pela esquerda de Thorgan Hazard, que o goleiro Dominik Livakovic deixou passar. O centroavante matou de peito, quase debaixo do travessão, mas perdeu o controle da bola, recuperada pelo arqueiro. O adeus belga já era uma realidade.