A principal novidade do Brasil em relação a outras edições está justamente na comissão técnica. Em março, depois da conquista do Campeonato das Américas, Alessandro Tosim deixou o comando do time masculino após 13 anos e passou o bastão para Jônatas. Apesar de dois Mundiais como auxiliar de Daílton Nascimento na equipe feminina, será a primeira vez que o paraibano, de 39 anos, estará a frente da seleção no evento.
"É uma experiência diferente, mas a dedicação que a gente entrega é a mesma. Como técnico, aumenta um pouco a responsabilidade, o poder de decisão é maior, mas terei a colaboração da minha comissão. Ter vivenciado a competição duas vezes traz um ritmo melhor para entender o funcionamento dela. É uma comissão, predominantemente, com menos experiência no goalball internacional, mas com muita experiência em goalball. São pessoas que trabalham com a modalidade há pelo menos uma década", afirmou o treinador, que estreou na função em 2004, no Instituto dos Cegos de Campina Grande (PB), chegando, também, a atuar como árbitro.
Renovação
Curiosamente, Jônatas iniciou o ano no comando da seleção feminina, como substituto de Daílton. As brasileiras também levantaram a taça do Campeonato das Américas, com direito a vitória, na semifinal, sobre os Estados Unidos, algozes na Paralimpíada de Tóquio. Auxiliar do paraibano, Gabriel Goulart assumiu a equipe das mulheres após o torneio continental e vivenciará, em Portugal, o primeiro Mundial da carreira.
"Foram dez anos no paradesporto me preparando para esse momento. Tento controlar a ansiedade com meditação e oração e passar ao grupo que nossa concentração tem de ser nos detalhes que trabalhamos, lembrando de cada oportunidade que tivemos, neste ano, de enfrentar a maioria das equipes que teremos pela frente no Mundial", disse o treinador mineiro, de 34 anos, que também esteve a frente das brasileiras na Copa Ancara (onde foram campeões) e na Copa das Nações.
Ao contrário da seleção masculina, porém, a equipe feminina que está em Matosinhos é bastante renovada, com duas remanescentes (Jéssica Gomes e Moniza Lima) do time medalhista de bronze na edição de 2018. As outras quatro atletas são estreantes na competição. Entre elas Kátia Aparecida, que esteve em Tóquio. Kátia e Jéssica, aliás, são as jogadoras que Gabriel conhece melhor, já que as dirige na Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe), de Brasília, onde também é o técnico. A média de idade do grupo das mulheres é de 24,6 anos - a dos homens, para efeito de comparação, é de 27,1 anos.
* Lincoln Chaves é repórter da TV Brasil, Rádio Nacional e Agência Brasil