FE abre temporada que tem nova geração de carros e primeira etapa brasileira
CIDADE DO MÉXICO, MÉXICO (FOLHAPRESS) - O som agudo dos motores ainda remete aos clássicos autoramas. O chassi é mais leve, com a promessa de maior eficiência na geração de energia. E a velocidade máxima chega, agora, a 320 km/h.
A Fórmula E, categoria mundial de monopostos elétricos, abre neste sábado (14) a sua temporada 2023, a nona da história do campeonato, com uma nova geração de carros, mudanças no regulamento e, de forma inédita, uma corrida no Brasil.
A chamada Gen3, como os modelos da terceira geração da FE foram batizados, será colocada à prova no autódromo Hermanos Rodríguez, no México, palco da etapa inaugural, a partir das 16h45 (de Brasília). O canal Bandsports transmite.
O chassi é ligeiramente menor, com comprimento de 5,016 metros -o Gen2 tinha 5,16. Os carros também são 60 kg mais leves, com peso total de 840 kg (incluindo o piloto). E agora possuem capacidade de gerar energia a partir da frenagem.
A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) estima que 40% da energia a ser usada nas corridas será proveniente da freada regenerativa.
O Gen3 não contará mais com freios hidráulicos. Toda a freada será feita com o recém-introduzido motor dianteiro, que vai atuar junto com o traseiro, presente na geração anterior. As duas unidades, contudo, vão manter o som tradicional da categoria, que se assemelha ao dos autoramas.
"Quando você pisa no freio, o motor elétrico de trás funciona como se fosse um ABS, 100% da frenagem traseira é com o motor elétrico", explica o piloto brasileiro Lucas Di Grassi, presente na FE desde a primeira temporada.
"É uma novidade que, em um carro de rua comum, poderia economizar mais de 100 kg de peso e ganhar de 50 km a 100 km de autonomia para o veículo", acrescenta o campeão da temporada 2014/15.
No total, o novo carro da categoria será capaz de fornecer até 350 kW de potência, cerca de 470 cavalos de potência e uma velocidade máxima de 321 km/h, 40 km/h mais rápido que o modelo usado até 2022.
Em uma inevitável comparação com a F1, a principal categoria do automobilismo mundial e com carros a combustão e unidades de motor turbo-híbridas, a velocidade é cerca de 40 km/h menor -os carros de F1 podem ultrapassar os 360 km/h.
Segundo a FE, a relação de peso-potência do motor elétrico é duas vezes mais eficiente do que a de um motor a combustão equivalente.
Nos testes de pré-temporada, contudo, os pilotos tiveram alguns problemas com a confiabilidade da bateria dos carros, já que os modelos apresentaram durabilidade menor do que a esperada pelas equipes. O equipamento é fornecido pela Williams Advanced Engineering.
"Temos carro para brigar pelo título, mas a preparação da [equipe] Mahindra está abaixo do que eu esperava. Fizemos menos dias de teste do que a maioria das outras equipes", reconhece Di Grassi citando sua nova escuderia.
Para o também brasileiro Sergio Sette Câmara, outro que vai estrear em um time, a NIO 333, todos devem sofrer com as mudanças.
"Em muitos aspectos, é um novo campeonato, carro completamente diferente, diferente ajuste, precisa aprender tudo do zero, sempre precisa aprender novos truques", diz.
O novo regulamento prevê uma mudança no formato das corridas, que não serão mais fechadas por tempo, mas por voltas.
Além disso, a categoria vai visitar novos cenários neste ano. No dia 25 de março, São Paulo será palco de uma corrida em um circuito montado no sambódromo do Anhembi.
"Essa etapa no Brasil era algo que estávamos tentando fazer desde a primeira temporada", afirma Di Grassi
A FE terá, ainda, estreias em Hylderabad (Índia), na Cidade do Cabo (África do Sul), e em Portland (Estados Unidos). Serão ao todo 16 etapas, a última delas em Londres, em 30 de julho.
INGRESSOS PARA A FE NO BRASIL
Os ingressos para a etapa o São Paulo EPrix, como é chamada a etapa brasileira, podem ser comprados por meio do site da Eventim: https://www.eventim.com.br/artist/formulae-sp/.
O valor dos bilhetes vai de R$ 300 e R$ 350, com opções de meia-entrada. A classificação etária é de 16 anos, e todos os menores de idade devem estar acompanhados de um adulto.