Mulher que acusa Daniel Alves teme ter identidade revelada, diz jornal
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A mulher de 23 anos que acusa Daniel Alves de tê-la agredido sexualmente em uma boate em Barcelona mostrou preocupação, durante seu depoimento, de ter sua identidade exposta. A informação é do jornal espanhol El Periódico.
A jovem estaria com medo de ter o nome ou dados pessoais revelados.
Ela está resguardada pela legislação espanhola, que proíbe a divulgação ou publicação de informações ou fotos que podem resultar na identificação da vítima.
A denunciante já recusou o direito de receber indenização em caso de condenação do jogador. Segundo a imprensa da Espanha, ela apenas tem como objetivo "fazer justiça e garantir que ele cumpra prisão".
ENTENDA O CASO
Daniel Alves está preso provisoriamente na Espanha desde a última sexta-feira (20). Ele é acusado de ter agredido sexualmente uma mulher na boate Sutton em 30 de dezembro do passado.
Ainda não há data definida para o julgamento.
Se condenado, ele pode pegar até 12 anos de prisão.
A defesa do jogador tem somente até a próxima quinta-feira (26) para entrar com recurso na Justiça espanhola pedindo revisão da prisão provisória e liberdade condicional.
Ele teve seu contrato com o Pumas (México) rescindido por justa causa.
COMO DENUNCIAR VIOLÊNCIA SEXUAL
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira no site https://mapaabortolegal.org/ as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.