Defesa entra com recurso pedindo liberdade para Daniel Alves

Por IVAN FINOTTI

Daniel Alves

MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - A defesa do jogador Daniel Alves protocolou nesta segunda (30), na Justiça de Barcelona, um pedido para que o jogador seja colocado em liberdade durante as investigações da polícia espanhola.

O recurso, entregue pelo advogado Cristóbal Martell Pérez-Alcalde, tem 20 páginas e descreve por que Alves pode sair da prisão sem risco que ele fuja da Espanha. Pérez-Alcalde sugere o uso de pulseira eletrônica, a entrega do passaporte e, ainda não se sabe, talvez de uma fiança elevada.

O documento não entra no mérito da acusação de estupro. Alves é acusado por uma jovem de 23 anos de tê-la estuprado no banheiro de uma boate em Barcelona no dia 31 de dezembro.

O recurso trata apenas da possibilidade de ele, por enquanto, responder aos seus atos em liberdade, já que também apresenta um endereço fixo em Barcelona, onde moraria durante as investigações.

A advogada da suposta vítima tem agora cinco dias úteis para rechaçar o recurso e pedir que o jogador seja mantido preso. Alves está há dez dias no centro penitenciário Brians, na região metropolitana de Barcelona, na Espanha.

Na quinta-feira passada (26), ele jogou sua sua primeira partida de futebol no cárcere. Segundo relato do jornal catalão La Vanguardia, a expectativa era tanta para ver Alves jogar que a notícia se espalhou rapidamente pela prisão.

Funcionários, profissionais externos, pessoal da direção e todos os internos do módulo vizinho espreitavam discretamente, colando-se a um vidro para não perder detalhes. Depois, disso, a prisão decidiu colocar um pano para impedir a visão entre os dois módulos para que os vizinhos do jogador possam voltar às suas atividades normais.

O diário publicou ainda declarações do brasileiro, que creditou a "múltiplas fontes, oficiais e não oficiais, dentro e fora do presídio Brians 2, entre as quais também há familiares de detentos que dividem prisão com Dani Alves.

Segundo o jornal, Alves disse logo ao chegar à detenção que "o jogador ficou de fora, e o Dani que está aqui é só mais um".

Calmo e reservado, teria dito: "Vou aceitar o que vier. Saí de casa quando tinha apenas 15 anos. Superei em minha vida situações muito difíceis e complicadas. Essa será mais uma que vai passar. Nada me assusta".

Ele também tem falado sobre o que aconteceu no banheiro da boate Sutton e garantido que a relação foi consensual.