Câmara aprova por unanimidade moção de repúdio a atos de racismo contra Vini Jr.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (23), por unanimidade, moções de repúdio aos episódios de racismo sofridos pelo jogador de futebol brasileiro Vinicius Junior.
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), compilou dez requerimentos de parlamentares do PSOL, PP, MDB, União Brasil, PT e PL que tratavam do tema para votar conjuntamente num ato simbólico.
"Que esse ato simbólico da aprovação de todas em conjunto transmitam ao mundo do futebol e à Liga Espanhola todo o repúdio do Brasil ao tratamento dispensado ao jogador Vini Jr.", afirmou Lira.
O jogador do Real Madrid foi expulso no domingo (21) depois de confusão iniciada por insultos racistas proferidos contra ele por torcedores do Valencia. O jogo foi interrompido no segundo tempo depois de parte da torcida chamar o brasileiro de "macaco".
Foram votados requerimentos de autoria de parlamentares da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da oposição --nenhum partido orientou contra a votação. Entre eles um pedido encabeçado pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) de repúdio à entidade LaLiga e ao seu presidente, Javier Tebas.
Foram votadas ainda moções de repúdio aos torcedores do Valencia, ao governo espanhol e aos atos racistas direcionados ao jogador no campeonato espanhol. O deputado Netto Carletto (PP-BA) propôs ainda moção de repúdio aos "reiterados episódios de racismo contra jogadores brasileiros na Espanha".
Foram aprovados também requerimentos que tratavam de moções de solidariedade e de apoio ao jogador brasileiro.
Foi aprovada ainda uma moção de aplauso ao atleta "pela sua militância, palavras e atos contra o racismo no futebol espanhol", de autoria do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).
"Parabenizo as senhoras e os senhores deputados pela postura sempre muito atenta a todas as injustiças a todo tipo de preconceito que existe, principalmente, com brasileiros, como com qualquer pessoa que sofre desse mal", disse Lira após a votação.