Lula volta a repudiar ataques a Vinicius Junior e diz que não vai tolerar racismo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a repudiar os ataques racistas contra o jogador Vinicius Junior, do Real Madrid, durante jogo do Campeonato Espanhol.
"Não toleraremos racismo nem contra brasileiros, nem contra africanos no Brasil. Por isso repudiamos com veemência os ataques racistas que o jogador Vinicius Junior e tantos outros atletas vêm sofrendo reiteradamente", afirmou o mandatário.
A fala do presidente se deu durante almoço no Palácio do Itamaraty, nesta quinta-feira (25), por ocasião do Dia da África. Participaram representantes diplomáticos de países africanos, além de ministros de seu governo.
No domingo (21), o atacante brasileiro do Real Madrid foi expulso depois de confusão iniciada após insultos racistas proferidos contra ele por torcedores do Valencia. As equipes se enfrentavam no estádio Mestalla, em Valência, pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol --o time de Madri foi derrotado por 1 a 0.
Imagens mostram o momento em que o jogador da seleção brasileira encara torcedores da equipe mandante próximos à linha de fundo. A situação provocou uma aglomeração entre atletas dos dois times, e a partida foi interrompida por alguns instantes. Apenas o brasileiro foi expulso, com interferência do VAR (árbitro assistente de vídeo).
O caso provocou grande repercussão em todo o mundo, com manifestações de solidariedade ao brasileiro e contra o racismo por parte de atletas e personalidades. O próprio Lula abriu sua entrevista no Japão, no mesmo dia, onde participava da cúpula do G7, para comentar o tema.
Na sequência, seu governo emitiu nota, pediu explicações da embaixadora da Espanha no Brasil e também, em articulação com o governo espanhol, acionou o Ministério Público do país europeu para que investigue o caso.
Lula fez questão de ressaltar durante o almoço a ligação do Brasil com a África, lembrando que esteve 12 vezes no continente durante seus dois primeiros mandatos, visitando 23 países.
O mandatário, no entanto, afirmou que a África "não é mais a mesma" e que seu dinamismo exige que o Brasil atualize sua política para o continente.
O presidente brasileiro ainda listou áreas em que é possível incrementar a cooperação entre o Brasil e os países africanos. Citou em particular a área agrícola e também a sanitária. Disse que o país tem muito a aprender com práticas sanitárias dos africanos, citando como exemplo que o continente registrou o menor número de mortes contra a Covid-19.