Presidente da Fifa convida Vinicius Jr para liderar grupo antirracismo

Por THIAGO ARANTES

Gianni Infantino e Ednaldo Rodrigues se encontraram com Vini Jr onde a seleção está concentrada na Espanha

BARCELONA, ESPANHA (UOL/FOLHAPRESS) - Gianni Infantino, presidente da Fifa, e Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, se encontraram na Espanha nesta quinta-feira (14) para estudar medidas de combate contra o racismo.

Encontro também contou com a presença de Vini Jr. O jogador do Real Madrid foi o atleta que mais sofreu com casos de racismo no futebol espanhol, e esse foi um dos principais motivos para o encontro entre a CBF e a Fifa.

Infantino prometeu medidas contundentes. O presidente da entidade máxima de futebol afirmou que um grupo será criado com jogadores em atividades para 'sentir e entender as emoções dos atletas'.

Vini Jr será o líder desse grupo de jogadores. O atacante brasileiro foi o escolhido pela Fifa para liderar esse grupo de jogadores que busca acabar com o racismo.

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VEJA O QUE ELES DISSERAM

 

EDNALDO

Agradeço a Fifa por hoje estar aqui, o presidente Infantino e seus diretores aqui visitando a seleção brasileira e também fazendo coro a voz que a gente tem sempre pregado no Brasil, que é o combate a todo tipo de discriminação, principalmente o racismo. Para que possa transformar as desculpas, quando esses atos acontecem, em penas duras, desportivas, e que isso é muito importante para que possa estagnar esse crime de onda que acontece nos estádios".

 

INFANTINO

"Para mim, como presidente da Fifa, era muito importante falar pessoalmente com o Vini, com os jogadores, para sentir e entender as emoções e também para garantir a todos que vamos implementar medidas muito contundentes, muito fortes, para terminar já com o problema de discriminação e de racismo. E também para criar um grupo de jogadores em atividades que se reúnem com a Fifa para propor medidas concretas. Por que nós, como dirigentes, a nossa responsabilidade mais importante é colocar os jogadores em as melhores condições para jogar, para dar alegria à gente. E para poder fazer isso, a primeira etapa tem de ser escutar dos jogadores, deles mesmos, seus sentimentos e suas propostas".

 

"A Fifa está em contato com todas as federações e o problema do racismo, infelizmente, é um problema que não existe apenas só na Espanha, mas em muitos outros países. Por isso é importante criar medidas juntas para implementá-las no mundo inteiro. Há a educação, que temos de fazer nas escolas, com os governos, porque é um problema da sociedade, mas também é um problema do futebol. Há os jogos que temos de parar, as medidas disciplinares com penas desportivas. E tudo isso também tem de ser coordenado com as autoridades, porque um ato racista é um ato criminal. E a Fifa, a partir de agora, vai se tornar parte para atacar penalmente os racistas, porque não é possível tolerar mais. E precisamos claramente da ajuda e do apoio das autoridades, porque os racistas têm de ser identificados nos estádios, e não têm de entrar mais em estádios em todo o mundo. Não só racismo nos estádios, mas também nas redes sociais, que é também grave, e que também temos a possibilidade agora de sancionar".