Substituto de Ricciardo impressiona, e volta do australiano está indefinida

Por JULIANNE CERASOLI

(UOL/FOLHAPRESS) - Após quebrar um osso da mão esquerda em acidente no treino livre do GP da Holanda, Daniel Ricciardo foi operado ainda no domingo em Barcelona e seguirá em recuperação na Espanha nesta semana. Enquanto isso, seu substituto, Liam Lawson, estará no cockpit da AlphaTauri disputando o GP da Itália, depois de ter um bom desempenho em uma estreia complicada em Zandvoort.

O neozelandês, que está fazendo uma ótima temporada na Super Fórmula Japonesa, categoria que tem carros mais velozes até mesmo que os Fórmula 2, entrou na fogueira depois da lesão de Ricciardo. O australiano bateu ao tentar desviar do carro de Oscar Piastri, que também tinha batido segundos antes. Na manobra, ele manteve a mão no volante, o que acabou fazendo com que ele quebrasse um osso da mão esquerda.

A AlphaTauri divulgou que ele quebrou um metacarpo, e a reportagem pode confirmar que foi o metacarpo ligado ao dedo mínimo (ou popularmente conhecido como mindinho). E foi colocada uma placa de metal para ajudar na correção da fratura. Isso é uma boa notícia para Ricciardo, pois é a parte da mão que menos importa para a pegada do piloto no volante. É uma lesão muito mais simples, por exemplo, daquela sofrida por Lance Stroll antes do início da temporada.

O time já confirmou que Ricciardo está fora do GP da Itália, neste final de semana, mas isso já era esperado. A questão é saber se o australiano pode voltar já na etapa seguinte, o exigente GP de Singapura, ou terá de esperar até a prova do Japão. Nas previsões mais pessimistas, o retorno pode ficar só para o Qatar, em outubro.

Apesar dos GPs de Singapura e do Japão serem separados por apenas uma semana, há uma grande diferença entre ambos: por ser uma pista de rua, uma corrida que sempre beira ou passa das 2h e sob muito calor, o GP de Singapura é considerado o mais difícil fisicamente para os pilotos. Sem poder treinar por um tempo, correr lá poderia ser um risco para Ricciardo.

A questão é que Lawson está dando motivos para Ricciardo se apressar. O neozelandês já era o possível piloto titular do time em 2024 quando o australiano assumiu. Porém, como o time decidiu substituir Nyck De Vries no meio da temporada e não queria promover um novato, Ricciardo apareceu como uma boa opção. E acabou se tornando um rival para Lawson também pensando no ano que vem. Até porque a Red Bull insiste em confirmar que Sergio Perez tem contrato válido para o ano que vem.

LAWSON FEZ FIM DE SEMANA SEM ERROS E ATÉ 'PASSOU' VERSTAPPEN

Tendo só feito testes e treinos livres esporádicos na F1, Lawson assumiu o carro no sábado de manhã, fez um treino livre na chuva e uma classificação com a pista secando. Essa é uma das situações mais desafiadoras para o piloto, pois ele tem que tentar encontrar o limite com a pista mudando a cada volta. Lawson foi o último, não foi veloz, mas seu objetivo ali era sobreviver e ganhar a experiência.

A corrida acabou sendo a mesma história devido às condições do tempo, com chuva no começo e no final da prova. Seria fácil cometer um erro, mas Lawson não apenas ficou na pista, como também chegou a andar em 11º após ser um dos pilotos que pararam logo na primeira volta quando começou a chover, ultrapassou Charles Leclerc (que tinha uma peça da asa dianteira presa no assoalho), e ainda descontou uma volta que tinha levado de Max Verstappen, quando também foi um dos primeiros a parar na volta da chuva no final.

Essa parada antecipada fez o piloto ganhar terreno novamente e terminar em 13º. Novamente, o ritmo não foi espetacular, mas a julgar pela situação difícil em que ele entrou e a corrida muito complicada, foi um belo final de semana de estreia.

Lawson agora vai para o GP da Itália com motivos para ter mais confiança. Monza é um circuito que ele conhece melhor e o final de semana não deve ter chuva. Por outro lado, a AlphaTauri deve sofrer nas retas, então em termos de resultado é difícil almejar algo muito competitivo. Um GP sem erros, não muito longe do companheiro Yuki Tsunoda é do que o neozelandês de 21 anos precisa.

Para ele, o melhor cenário seria conseguir correr em Suzuka, no Japão, já que ele tem experiência recente por lá. Mas tudo depende de como serão os próximos dias de Ricciardo.