Fisiculturismo: cardiologista orienta sobre cuidados de saúde e atleta de Juiz de Fora fala sobre a carreira no esporte
Nesta segunda-feira (20) é celebrado o Dia do Fisiculturismo, uma modalidade que exige estar com a saúde em dia e ter um acompanhamento médico adequado.
No dia 30 de outubro é celebrado o Dia do Fisiculturismo, uma modalidade de esporte que cresce cada vez mais no mundo. Por ser uma modalidade de alto nível, os atletas precisam estar com a saúde em dia e acompanhada. Por isso, o portal Acessa.com conversou com o fisiculturista Alexander Kreitsfeld e a cardiologista Elizabeth Vittal para falar sobre o esporte, rotina e cuidados com a saúde.
Surgimento da modalidade
O fisiculturismo é um esporte de competição, quando os atletas buscam trabalhar o músculo para a hipertrofia, um aumento da massa muscular o quanto conseguir, de forma equilibrada e harmônica. Portanto, não é uma modalidade que considera o peso do participante e sim a definição dos músculos.
O inglês Eugene Sandow, nascido em 1867, é considerado o pai do fisiculturismo. Para fugir do serviço militar, ele se tornou artista de circo e viajou pela Europa. Com o passar do tempo, ele percebeu que as pessoas se importavam mais com os músculos que com o peso que ele levantava.
Idealizada e realizada por Sandow, foi criada a primeira competição oficial de fisiculturismo ocorreu em 1901, em Londres, chamada "The Great Competition" e 156 atletas participaram do evento, se tornando referência para a modalidade.
O ator Arnold Schwarzenegger é um dos nomes mais conhecidos na modalidade. Segundo a Federação Internacional de Fisiculturismo, ele já foi sete vezes campeão mundial na categoria.
Competição
A modalidade é dividida em etapas, com participação de homens e mulheres, conforme idade e experiência. Os atletas devem executar s poses e rotinas com os pés descalços, e de sunga ou biquini.
Veja abaixo algumas categorias do esporte:
Fisiculturismo Júnior: para atletas com menos de 23 anos e que estão no início da carreira;
Fisiculturismo Sênior: para atletas com mais de 23 anos e com experiência de carreira;
Fisiculturismo Máster: para atletas com níveis musculares bastante elevados;
Fisiculturismo Clássico: para atletas que não desenvolvem os músculos ao "extremo", preferindo uma estrutura física mais "leve" e "natural".
Atleta
Alexander tem 34 anos, é educador físico e começou a fazer musculação aos 18 anos. Em 2016 ele participou do primeiro evento de fisiculturismo, mas só voltou a se interessar realmente pela modalidade em 2018, quando se preparou para participar de outra competição na cidade.
Desde então, Alexander participa das competições de fisiculturismo. No ano passado, ele foi campeão em Niterói e Petrópolis, no Rio de Janeiro. Entretanto, ele destaca que não é fácil ser atleta.
“Agora só as grandes marcas de suplementos que patrocinam esse esporte. Fica muito difícil porque são muitos atletas querendo uma oportunidade é um meio muito difícil. Se a pessoa quiser ir competir ela vai sabendo do que ela tem que gastar, e não é pouco”, afirmou.
A rotina de exercícios e dieta também são pesadas, além de gastos com suplementos, viagens e tudo que envolve as competições. Alexander se prepara para competir pelo menos duas vezes por ano.
“Me preparo de dois a três meses, com musculação e na alimentação. Cada mês eu vou baixando mais o carboidrato, vou aumentando a proteína e vou diminuindo a comida para chegar a uma um peso adequado com percentual de gordura muito baixo. Quando vai chegando a competição, a gente fica mais exausto porque como a gente ingere poucas calorias, a gente vai cansando demais”, afirmou.
Para participar das competições, Alexander chega a treinar até três vezes por dia, com exercícios de força, alongamento e aeróbico, além de boas noites de sono. Apesar da rotina desgastante, Alexander garante que o esporte é para quem ama, quem gosta de treinar e para ter um físico competitivo.
Saúde
Para ser um fisiculturista profissional, antes de começar os treinos e dietas, é preciso estar com a saúde em dia e pré-disposta a ser um atleta.
Graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a cardiologista Elizabeth Vittal alerta para uma avaliação médica completa antes de iniciar a carreira. Segundo a médica, é preciso fazer uma avaliação médica completa para saber sobre a saúde e se há problemas que impeçam seguir na modalidade.
“A pessoa precisa ser submetida a uma bateria de exames. Primeiro o eletrocardiograma, um exame de sangue por variadas dosagens de hormônios, da tireoide, a glicose, o hemograma, a testosterona, o estradiol. Tem que ter o acompanhamento de um nutricionista para dosar a alimentação como deve ser”, orientou.
Elizabeth ressalta que muitas vezes os médicos atendem atletas de fisiculturismo que estão com pressão alta e nunca tiveram problemas.
“Mas aí, na história da pessoa, a gente encontra que está fazendo uso de testosterona, por exemplo, que é um anabolizante esteroide sem acompanhamento médico adequado. Existem casos de fisioculturistas que tem morte súbita porque não fizeram nenhum desses exames e apresentam tem uma hipertrofia também imensa do coração, que pode acarretar arritmias cardíacas que podem ser fatais”, alerta a cardiologista.
Por isso, se você se interessa em se tornar um profissional de fisiculturismo, procure médicos para fazer exames, dietas, e ter acompanhamento para se tornar um atleta de alto nível com saúde.