Corinthians mergulha na crise após 4 jogos, e Mano e direção já divergem
O técnico Mano Menezes virou alvo. Mas a "panela de pressão" se estende para a diretoria e elenco após três tropeços consecutivos.
SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Quatro jogos bastaram para o Corinthians entrar em crise. Após perder por 2 a 1 para o São Paulo, o clube viu a turbulência aumentar ainda mais.
A pressão aumentou no Corinthians após a derrota desta terça-feira (30) para o São Paulo. O time alvinegro nunca havia perdido na Neo Química Arena para o rival.
O técnico Mano Menezes virou alvo. Mas a "panela de pressão" se estende para a diretoria e elenco após três tropeços consecutivos.
A direção sabe que não trouxe os reforços prometidos, mas entende que Mano poderia tirar mais dos atuais jogadores. A comissão técnica não concorda.
O treinador argumenta que tem no time titular atletas que eram reservas em um 2023 ruim: casos de Caetano, Fausto Vera, Matheus Araújo e Rojas.
O presidente Augusto Melo não pretende demitir Mano Menezes, mas a instabilidade é fato. O contrato do técnico vai até o fim de 2025, e a multa rescisória é milionária.
"A matemática não mente, saíram 12 jogadores e entraram três no grupo. Óbvio que estamos passando por processo que todos esperávamos que tivesse sido acelerado, mas tenho acompanhado o trabalho de todos, temos um novo diretor, que é o Fabinho. Aqui se trabalha 24 horas por dia para tentar resolver essas questões", disse Mano.
CADÊ OS REFORÇOS?
Augusto Melo jogou a expectativa lá no alto: "Teremos um time para ganhar tudo". O diretor Rubão prometeu: "Acabou a farra". Só que os problemas continuam.
O Corinthians só trouxe seis jogadores e encontra muita dificuldade no mercado. Quem convive no Parque São Jorge afirma que Augusto não tinha tanta noção das dificuldades que enfrentaria.
O presidente adaptou o discurso após mais de um mês e admitiu não poder trazer estrelas. O torcedor, entretanto, mantém as cobranças por um bom elenco. Entre dezembro e início de janeiro, nomes de peso como Gabigol e Rafael Borré estiveram no radar.
Pressionado, Augusto Melo busca formas de investir. O Corinthians ainda quer zagueiro, lateral-direito, volante, meia, ponta e centroavante. Matheuzinho (Flamengo) e Pedro Raul (Toluca) têm negociações em andamento. Félix Torres, Gustavo Henrique, Diego Palacios, Hugo, Raniele e Rodrigo Garro já chegaram.
A ESPERANÇA
O Corinthians espera que a chegada do executivo de futebol Fabinho Soldado acalme os ânimos. Ele começou os trabalhos na última sexta-feira.
Fabinho será importante na busca por reforços. O presidente Augusto Melo e o diretor Rubão se atrapalharam em negociações como a de Matheuzinho, que chegou a treinar no Timão e voltou ao Flamengo.
Ao "Casão Podtudo", Augusto disse que "deu bronca em todo mundo" por esse episódio do Matheuzinho. Essa situação fez o presidente ter a certeza que precisava de um diretor.
Outro papel de Fabinho será respaldar Mano Menezes. Não havia um elo entre comissão técnica e direção. O novo executivo terá essa atribuição.
Mano crê que Fabinho Soldado terá uma visão mais fria do trabalho do dia a dia, sem a pressão política com que Augusto e Rubão lidam.