Leila e Julio Casares se encontram para discutir crise entre Palmeiras e São Paulo e selar paz

O encontro, sigiloso, foi promovido pelo presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro, diante da escalada do debate entre os times.

Por MÔNICA BERGAMO

Palmeiras anuncia Abel Ferreira até 2025 em coletiva só para mulheres

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o presidente do São Paulo, Julio Casares, se encontraram na quarta (6) para conversar sobre a crise entre os clubes.

O encontro, sigiloso, foi promovido pelo presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro, diante da escalada do debate entre os times.

O caldo entornou no domingo (3), quando Palmeiras e São Paulo se confrontaram no Morumbis.

O jogo terminou em empate ?e em revolta dos dirigentes do São Paulo, que reclamaram da arbitragem e do comportamento do técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, em campo.

"Hoje foi uma vergonha o que vimos no Morumbis", disparou Casares depois do jogo, reclamando também do VAR. "Chega do Abel apitar jogo no Paulistão", afirmou ainda.

O diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, foi além, e chamou Abel de "português de merda", referindo-se à nacionalidade do treinador do Verdão. O Palmeiras defende que ele seja punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP).

Leila rebateu falando que os dirigentes do São Paulo tiveram um "ataque histérico" motivado por "despeito, inveja". Afirmou que não permitiria ataques xenófobos a Abel e exigiu um pedido público de desculpas por parte de Casares.

Os dois dirigentes são amigos de longa data e tentaram estabelecer uma convivência harmoniosa fora de campo: Casares já cedeu o Morumbi para jogos do Palmeiras, e Leila retribuiu a gentileza deixando o São Paulo jogar no Allianz Parque. Antes do conflito, os dois posavam juntos para fotografias e tentavam passar a imagem de que é possível conviver civilizadamente no futebol.

A reportagem apurou que, na conversa que tiveram na quarta, na Federação, os dois se cumprimentaram amistosamente e discutiram medidas para tentar evitar novas tensões.

Uma delas seria escalar equipes dos dois clubes para organizar os jogos quando os times se enfrentarem. Esse grupo conjunto organizaria a entrevista coletiva depois das partidas e cuidaria de questões de segurança, local e acesso de autoridades desportivas aos camarotes, entre outras medidas.

As entrevistas coletivas que os técnicos concedem depois dos jogos têm sido um dos atritos entre o Verdão e o Tricolor.

No domingo (3), os são-paulinos impediram que a entrevista de Abel, na condição de técnico visitante, fosse realizada na sala de imprensa principal do estádio. Os banners de patrocinadores já estavam instalados, mas o São Paulo alegou que a conversa com os jornalistas deveria ser feita na zona mista.

O time tricolor alega que está agindo com reciprocidade. O Palmeiras afirma que disponibiliza, sim, uma sala de entrevistas para o São Paulo. Os são-paulinos alegam que o local é pequeno e que os repórteres têm que fazer as perguntas sentados no chão.

A questão da localização dos camarotes também gera atritos. Dirigentes do São Paulo dizem que já tiveram que assistir a jogos no Allianz sentados atrás do gol.

Questionados sobre o diálogo e a tentativa de paz, Leila, Casares e Reinaldo não responderam às mensagens enviadas pela reportagem.