Adriana Rosa Barbosa coleciona trof?us no rally
Adriana Rosa Barbosa coleciona trof?us no rally H? mais de dez anos a juizforana divide o tempo entre a odontopediatria e as estradas de terra e n?o se v? fora de um carro 4x4
Rep?rter
Madalena Fernandes
Revis?o
17/10/2008
A odontopediatra Adriana Rosa Barbosa j? viveu a experi?ncia de ficar atolada no barro e no rio, de andar na poeira, de ficar pendurada em uma ribanceira e de voltar para casa com o carro guinchado. Todas as situa?es foram vividas durante as in?meras provas de rally que disputou.
Hoje, s?o cerca de 20 trof?us que ela guarda com carinho. Cada um a faz lembrar de hist?rias
vividas em Bras?lia, Goi?nia, Campos do Jord?o,
Niter?i, S?o Jos? dos Campos, Volta Redonda, Muria?, Ilha Grande, entre outros lugares.
O mais interessante disso tudo ? conhecer locais para onde ela n?o iria, se n?o fosse a competi??o.
"S?o lugares lindos, mas n?o h? como ir em um carro que n?o seja 4x4 e sozinha"
.
O esporte ? considerado perigoso, mas Adriana o encara mais como lazer. "N?o
vou arriscar minha vida. Se acho perigoso, n?o passo naquele obst?culo e at? desisto da
prova"
, garante ela, que se considera medrosa. "Fui bailarina durante 11 anos.
N?o gosto de esporte radical"
, comenta.
O primeiro rally foi disputado por insist?ncia de um amigo. "Ele me ligou dizendo que havia
me inscrito, colocado pneu lameiro no carro e precisava do meu tipo sang??neo"
. Naquela ?poca, Adriana ainda
n?o conhecia um 4x4. Ela correu de fusca. "Foi muito engra?ado, porque eu nunca tinha dirigido esse carro. Minha navegadora dizia para eu apertar o p?, mas n?o tinha jeito. Eu j? estava com o p? no talo.
Quando passamos dentro de um rio, o carro encheu de ?gua"
.
Mulher no volante
"Quando o conheci,
gostei muito e acabei comprando"
. Foi a partir da? que come?ou a se interessar mais pelo
esporte e a gostar de dirigir. "Ent?o, comecei a passear em estrada de terra"
.
Dos passeios na terra, ela caiu de vez na adrenalina, passando a correr todo fim de semana.
No in?cio, tinha uma navegadora e eram muito observadas pelos homens que tamb?m competiam.
N?o era comum mulheres correndo e menos ainda duas dentro de um mesmo carro. Mas, ao contr?rio do que imaginava, ela encontrou apoio entre eles, o que acha positivo, j? que n?o sabe trocar o pneu. "Entro no carro e dirijo, mas n?o sei consertar nada.
Quando o pneu furava, esper?vamos passar algum homem para nos ajudar. E eles sempre paravam"
.
O pr?prio marido diz que ela dirige muito bem no rally, mas nas ruas... "Ele diz que
ando muito devagar e fica estressado dizendo para eu ir mais r?pido porque o sinal est? aberto.
Eu respondo que est? aberto sim, mas s? vou ver isso quando chegar l?"
.
Ela diz que o rally n?o ? um esporte para qualquer um. ? cansativo e muitas mulheres n?o se adaptam. "H? pessoas que sentem n?usea por causa das curvas, buracos e
poeira"
.
Problema resolvido
Adriana n?o desistiu de correr nem quando ficou sem navegadora. Procurou outra mulher, mas
confessa que elas n?o t?m muito compromisso com o esporte. "Elas preferem namorar
e sair do que viajar para competir"
. A dificuldade n?o estava somente em encontrar uma companheira,
mas um navegador tamb?m. "As mulheres sentem ci?me quando seus parceiros viajam com outra para as provas"
, conta.
"Fomos apresentados
no dia anterior. Durante a corrida, paramos para dar carona a um amigo dele que saiu da prova
e, logo depois, ficamos presos em um rio. Meu navegador foi buscar ajuda e demorou muito a voltar.
Come?ou a anoitecer e n?s ficamos l? no meio do rio at? ?s 23h, quando chegou socorro"
, conta.
A parte boa da hist?ria ? que ela conseguiu um navegador para todas as provas: o atual marido, aquele que havia sido resgatado e ficou preso no rio com ela. Quando ficou gr?vida,
e ap?s o nascimento de seu filho, Adriana passou dois anos fora das competi?es. "Dava uma vontade de correr! Eu ia para as provas e ficava com meu filho no colo esperando os carros passarem"
.
Atualmente, o esporte ? uma paix?o para ela. Al?m da divers?o e da emo??o, Adriana o encara, tamb?m, como uma terapia. "? muito caro, porque sempre precisa dar manuten??o no carro.
Mas prefiro gastar com ele do que com terapia. Me divirto e n?o me lembro de mais nada
durante as provas, principalmente, porque corro o rally de regularidade e n?o ? a pressa
que conta"
.