Vitória em JF era fundamental para o Tupi, mas nem tudo está perdido
Ficou mais difícil!
O Carijó foi um time ansioso, que no primeiro tempo errou muitos passes na transição da defesa para o ataque. Henrique, um dos melhores em campo no confronto anterior, teve atuação bastante discreta. Assim como Allan, que ainda tentou auxiliar o camisa 10 na armação das jogadas, já que nenhum dos volantes o fez. Resumindo, faltou criatividade ao time.
O Atlético teve os seus méritos. Com a volta dos volantes Pierre e Leandro Donizete, o Galo da capital acertou a marcação defensiva, sobretudo na cobertura de Richarlyson, por onde Flávio e Henrique passearam no duelo da primeira fase. Richarlyson e Marcos Rocha tiveram liberdade para apoiar e ajudar na boa movimentação ofensiva de Danilinho e André, que incomodaram bastante a defesa carijó. O avanço dos laterais atleticanos também prendeu na defesa Flávio e, principalmente, Michel Loures.
Na segunda etapa Moacir Júnior adiantou a marcação da equipe, e, com a entrada de Michel Cury no lugar de Jailton, o Tupi equilibrou o jogo. Cury, que fez uma obra-prima de gol, é o principal jogador da equipe e, mesmo voltando de contusão, poderia ter sido escalado como titular, ainda que não suportasse os 90 minutos. Para o confronto decisivo na Arena do Jacaré, certamente entrará como titular na vaga de um dos volantes.
O Atlético manteve o favoritismo. Porém, uma vitória do Tupi por um gol de diferença não é algo impossível. Cabe a Moacir Júnior encontrar o equilíbrio da equipe, para não se expor em demasia e levar os gols que podem complicar ainda mais a sua missão e, ao mesmo tempo, ser um time incisivo, o que não foi nessa primeira partida. Essa "receita de bolo" parece fácil na teoria. Mas, para figurar na decisão do título, o Galo Carijó vai precisar dela.
De primeira
O Cruzeiro saiu no lucro. Foi inferior ao América durante todo o jogo e poderia ter levado uma goleada. Mas aproveitou os minutos de cochilo do Coelho, que, após o terceiro gol, achou que a classificação já estava garantida, e conseguiu diminuir (e muito!) o prejuízo. Com o risco de "queimar a língua", é bastante improvável que o América repita a ótima atuação do último domingo. Apesar da derrota e dos recorrentes problemas nas laterais e na armação de jogadas, já que Montillo (que não atuou no primeiro confronto) está sobrecarregado na função, o Cruzeiro continua favorito.
Enquanto isso, no Campeonato Carioca...
Botafogo e Vasco vão medir forças na decisão da Taça Rio. O Glorioso passou com autoridade pelo Bangu. Com exceção das falhas nos dois gols do alvirrubro da zona oeste, o Botafogo jogou bem, com destaques para Maicosuel e Loco Abreu. Apesar de mais um pênalti perdido (o sexto em sete tentativas), o uruguaio mostrou a Oswaldo de Oliveira que é um jogador decisivo e que não pode amargar o banco para Herrera ser o titular.
Já o Cruzmaltino fez um jogo eletrizante contra o Flamengo. O Vasco dominou o primeiro tempo e poderia ter saído com uma vantagem maior. Na segunda etapa, o Flamengo equilibrou o jogo, mas não o suficiente para conseguir o empate. Mesmo com o pênalti polêmico em Alecsandro, o Vasco fez por merecer a vaga na decisão. Não há favorito para a final, já que os dois times deverão contar com força máxima (as dúvidas ficam apenas por conta de Renato e Dedé).
Diego Alves tem 25 anos e é amante do futebol. É jornalista formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e pós-graduando em jornalismo esportivo. Hoje é comentarista do programa Na Área, da Rádio Universitária FM, também de Viçosa.