O desmanche de Cruzeiro e Atl?tico-MG

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O desmanche de Cruzeiro e Atl?tico-MG
Lucas Soares 26/01/2015

O desmanche de Cruzeiro e Atlético-MG

Entre 2013 e 2014, nenhum clube brasileiro se destacou mais do a dupla mineira Cruzeiro e Atlético. Enquanto o clube celeste foi bi-campeão brasileiro e vice-campeão da Copa do Brasil, o Galo levou pra casa os inéditos canecos da Libertadores, da Recopa e da Copa do Brasil. Além disso, os dois faturaram um Campeonato Mineiro cada e encantaram seus torcedores e a imprensa em nível nacional.

Acontece que 2015 não promete bons ventos para a dupla. Lógico que os clubes ainda tem grandes jogadores, capazes de surpreender até mesmo o mais incrédulo torcedor, mas o cenário que se projeta não é tão favorável como foram os dois últimos anos. Pegamos, como exemplo, o Atlético-MG. Logo após o título da Recopa, Ronaldinho Gaúcho deixou a equipe para ir para o futebol mexicano. Diego Tardelli assumiu o papel de líder, levou o Galo ao título da Copa do Brasil e hoje vai jogar no milionário (e sem visibilidade) futebol chinês. Em seis meses, o Atlético perdeu seus dois principais jogadores e, embora ainda tenha um elenco de muita qualidade, pode sentir as perdas.

No bi-campeão brasileiro a situação é ainda mais dramática. O Cruzeiro vendeu três dos seus principais jogadores (Lucas Silva, Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro) e não manteve Marcelo Moreno, que voltou ao Grêmio. Em troca, conseguiu contratar jogadores com passagens pelas seleções de seus países: Leandro Damião, que já jogou pelo Brasil, chega para assumir o lugar de Moreno, e o chileno Fellipe Seymour, que pode suprir a ausência de Lucas. O time celeste ainda apostou em Joel (ex-Coritiba), após bom Brasileirão, e De Arrascaeta, que fez boa Libertadores pelo Defensor-URU. Quem fecha o pacote, até o momento, é o colombiano Riascos, com passagem pelo futebol mexicano.

Ainda chamo atenção que, ao meu ver, Tardelli, Goulart (China) e Everton Ribeiro (Emirados Árabes) dão passos para trás em suas carreiras ao trocar de time. Os três fazem partes dos planos de Dunga para a Seleção Brasileira e decidiram "desaparecer" dos olhos do treinador, ao escolher ligas sem tradição, com poucos jogos e sem transmissão na TV aberta ou fechada no país. Mas, como o histórico Fio Maravilha disse em entrevista ao Esporte Espetacular no último domingo, o dinheiro é quem manda no futebol hoje. Os três terão salários astronômicos, os times vão receber uma bolada e ficam quase todos felizes com isso.

Logicamente que nos dois times ainda tem excelentes jogadores, capazes de desequilibrar e alcançar grandes voos em 2015. Pelo menos é essa a expectativa e a esperança dos torcedores. No entanto, se no início de 2014 nós tínhamos apostas em comum para quem se daria bem, este ano a projeção é muito mais equilibrada.