Coração acelerado!
Cora??o acelerado!
Fot?grafo diz que precisa de ver os carros no asfalto para sobreviver,
e designer revela sua paix?o pelas pistas da F?rmula Um
Rep?rter
28/04/2006
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"Preciso disso igual ar". A frase ? de Jo?o Schubert, fot?grafo de
27 anos, para dizer o quanto gosta de F?rmula Um. Exageros ? parte, Schubert
realmente ? um apaixonado pela velocidade e principalmente por essa que ? a
principal categoria do automobilismo mundial. A combina??o borracha mais
asfalto ? quase como oxig?nio para esse juizforano que odeia rally. N?o sabe
explicar exatamente os motivos, mas n?o consegue gostar da velocidade nas
pistas de terra como gosta dos v?os dos carros nos asfaltos pelo mundo.
Talvez a paix?o por autom?veis seja t?o grande que ele pode n?o conceber
terra e pedras batendo nos ve?culos enquanto desfilam pot?ncias e disputam
as primeiras posi?es. Schubert come?ou a gostar de F?rmula Um em 1989, o ?ltimo ano em que as
corridas no Brasil eram disputadas no aut?dromo de Jacarepagu?, no Rio de
Janeiro. Na ?poca ele ainda n?o ia assistir nas arquibancadas, via de casa
mesmo. No in?cio por curiosidade. Os motivos, outra paix?o: o videogame.
"Era moleque. Tinha 11 anos e sempre joguei videogame, a vida toda. Eu
jogava enduro, aquele jogo de atari e queria ver se aquele neg?cio de
corrida de carro era assim mesmo. Ficava pensando: 'vamos ver na realidade
como ? que ?'. E a? comecei a ver na televis?o. Ver que era tudo diferente",
conta Schubert que sabia apenas que Senna era famoso porque ganhava com um
carro ruim. Depois disso, n?o parou mais de ver as provas. E n?o parou mesmo.
Schubert garante que, daquela ?poca para c?, s? perdeu um treino de
classifica??o para as corridas. Foi em 1999, em um Grande Pr?mio do
Jap?o. "N?o posso deixar de ver. Preciso disso igual ar. N?o tem jeito. Eu vi
todas as corridas desde ent?o e a ?nica coisa que perdi foi esse treino de
classifica??o no Jap?o, em 1989, porque estava trabalhando e n?o deu para
ver", conta Schubert, que lembra de alguns momentos marcantes, atuais ou
hist?ricos da F?rmula Um. "Ver o Alonso ser campe?o aqui no Brasil, ano passado foi muito legal.
Lembro tamb?m dos ?ltimos anos do Senna. As ?ltimas cinco voltas em M?naco,
em 92, que ele segurou o Mansel, e o carro da Williams era infinitamente
melhor. Teve tamb?m uma prova em que na Espanha em que o espangol Marc Gen?,
de Minardi, conseguiu estar em segundo e o carro quebrou faltando quinze
voltas. Ele saiu chorando", lembra Jo?o Schubert, que tem saudades da ?poca
de Ayrton Senna. "Um dia vai chegar algu?m sim, que vai vencer. Mas n?o sei se n?s
estaremos aqui para ver. Mas a presen?a do Rubinho e do Massa ? muito
importante. Tem que ter alguem para correr l?. Se n?o tivesse provavelmente
o Brasil ia perder muita coisa em rela??o ? F?rmula Um. Talvez n?o existisse
nem prova aqui mais. N?o gosto de nenhum dos dois, mas temos que agradecer a
eles por ter prova aqui ainda", conta o fot?grafo. Jo?o Schubert pode n?o gostar dos dois brasileiros que est?o na disputa,
mas quem ele odeia mesmo ? Schumacher. Justamente aquele que ele viu mais
vencer nos ?ltimos anos.
"O cara realmente se destaca dos outros. Atualmente ? o melhor. Se ele
tiver com carro ruim ele n?o ganha, mas se botar todo mundo com um carro
igual ele vence. Eu n?o gosto dele ? como pessoa. Acho que ele ? desleal, ?
sujo", reclama Schubert, que lembra as duas vezes em que Schumacher tentou
levar t?tulos da F?rmula Um jogando o carro para cima dos advers?rios.
Contra Damon Hill ele conseguiu. Contra Jacques Villeneuve n?o. Jo?o Schubert come?ou sua carreira de fot?grafo profissional por causa da
F?rmula Um. Desde 1995 ele vai aos GPs do Brasil, em Interlagos, S?o Paulo.
Todos os anos est? l?, nas arquibancadas, assistindo a prova e fotografando.
A necessidade de fazer fotos melhores e com mais qualidade fez ele comprar
equipamentos semiprofissionais e aprender a fotografar. Hoje, vive
disso. "Eu virei fot?grafo por causa de F?rmula Um. Antes eu ia com uma m?quina
Olimpus Trip do meu pai, que eu acho horr?vel. E a? eu tirava fotos escuras,
emba?adas. A? um dia pensei que tinha que aprender a tirar retrato. A?
comprei uma c?mera semiprofissional e me apaixonei pela fotografia. Foi por
causa da paix?o. L? no aut?dromo ? dif?cil. Voc? tem que ter um bom
equipamento e estar l? dentro para fazer boas fotos. Precisa ter uma lente
que busca para caramba, l? nem sempre faz sol, tem tr?s alambrados na
frente. Mas eu tenho um material bom j? (Veja na galeria). Depois que eu comprei essa m?quina por causa da F?rmula Um,
no ano seguinte j? tinha carteira assinada como fot?grafo no Jornal dos
Sports", diz Schubert, apaixonado por fotografias, mas que trocaria tudo
para estar mais perto de sua paix?o. "Se eu tivesse um emprego para limpar o carro eu estaria super feliz. S?
me dar comida e estadia. N?o precisavam me pagar nada. Eu ficava l? s?
passando o paninho no carro em todas as corridas, de gra?a, para
sempre". Quando se diz que algu?m ? apaixonado pelas pistas, n?o se quer dizer que
? fan?tico pelos tra?ados, pelas curvas e retas. Na verdade usa-se isso no
sentido figurado, para dizer que algu?m gosta de estar naquele ambiente,
participar de provas e competir. Mas no caso da designer L?via
Mattos, essa paix?o pelas pistas se d? no sentido literal. ? realmente
pelas pistas que ela ? apaixonada. Tanto que, em seu projeto final de
faculdade, quando formou-se em arquitetura, montou a id?ia do que seria um
aut?dromo em Juiz de Fora. A designer de 25 anos come?ou a acompanhar F?rmula Um em 1999, por
influ?ncia dos amigos. Antes disso, achava legal, mas n?o tinha tanto
interesse. Com o tempo, come?ou a ficar sabendo de hist?rias da F?rmula Um,
viu v?deos interessantes, ficou sabendo detalhes das arquiteturas das pistas
e come?ou a gostar daquela hist?ria. "Vi e fiquei sabendo de hist?rias como da pista de M?naco que era um
circuito antigo, com uma arquitetura antiga em volta. E eu sempre gostei de
arquitetura antiga. Sempre achei interessante, comecei a conhecer pistas
interessantes, como a da Austr?lia, que ? um parque, ou Jap?o, que tem um
parque de divers?es junto", diz L?via Mattos que mesmo antes j? assistia
F?rmula Um, quando o pai via em casa. Ela lembra-se da morte de Senna, de
corridas memor?veis, com muitos acidentes e abandonos, mas realmente ? nas
pistas que est? seu maior interesse. "Quando, l? pelo sexto per?odo, ouvia aquele papo de monografia para l? e
pra c?, todo mundo pensando no tema e eu n?o queria fazer nada comum.
Queria fazer algo diferente. Ent?o pensei em fazer um aut?dromo. At? porque
eu tinha fonte, um pessoal que eu conhe?o, amigos que tinham v?deos de
F?rmula Um, e era um assunto tamb?m in?dito. Ningu?m tinha feito", explica a
designer e arquiteta, que viu muitos professores correrem de seu tema por
acharem que era "coisa de louco". "Eu chevava, muitos arregalavam o olho e davam um jeito de sair pela
tangente. Viam como muito arriscado, muito ousado. Mas meu orientador gostou
da id?ia e me desafiou a provar que era poss?vel. Fiz um projeto de um
aut?dromo de pequeno porte, onde era o kart?dromo de Borboleta. N?o daria
para receber uma corrida de F?rmula Um, mas serviria para provas at? de
F?rmula 3, e o enfoque seria nas provas de Stock Car e arrancada, que
existia muito em Belo Horizonte. At? serviria para rodar uma Ferrari, como
exibi??o, por exemplo, se um dia o Rubinho viesse aqui. Mas para provas n?o
daria porque a velocidade ? muito grande, precisa de mais ?rea de escape,
por exemplo. At? seria poss?vel construir um aut?dromo para F?rmula Um l?
sim, mas seria um projeto pouco aplic?vel", explica L?via, que n?o tem
pilotos como ?dolos, mas circuitos.