Deixem o Osário em paz!
Deixem o Osório em paz!
Logo após o fatídico 7 a 1 sofrido pela Seleção Brasileira ano passado, o maior "peso" do fracasso caiu nas costas dos treinadores. Afinal, a grande maioria dos "professores" não estavam ultrapassados? Não precisávamos de gente nova, estudiosa, com humildade e vontade de crescer? Osório reúne todas essas características que pedimos desde então. E o que acontece com ele? Convive diariamente com críticas.
Deixando de lado as baboseiras de tentar entender o motivo das duas canetas que ele carrega dentro da meia, das suas anotações, ou de outras supertições - duvido que alguma outra imprensa do mundo perca tanto tempo com essas bobagens - o treinador colombiano sempre é cobrado pela sua maneira de armar o time são-paulino, seja pela variação do esquema ou pela mudança constante de jogadores.
Depois da semifinal da Copa do Mundo, pedimos para que nossos jogadores praticassem o futebol brasileiro, que consiste em ofensividade, habilidade, inovação e drible. Mas quando Osório inventa o Carlinhos de ponta direita, é taxado de Professor Pardal. Quando coloca o Breno de volante, é considerado louco. Quando coloca o time todo pra frente jogando fora de casa, é chamado de maluco.
Osório está mudando a mentalidade dos jogadores do São Paulo. No início, eles tinham dificuldade de entender o rodízio. Hoje já não há reclamação. Na sua chegada, alguns jogadores como Pato e Ganso eram muito questionados. Atualmente, o treinador encontrou suas melhores funções dentro de campo, e eles estão jogando o "fino da bola". Os atletas estão começando a entender a sua filosofia de jogo, que consiste em ofensividade, toque de bola, marcação sob pressão e muita polivalência.
Após anos e anos convivendo com treinadores medíocres, que só pensam em salvar o emprego e por isso colocam o time todo na defensiva, privilegiando mais a força e a defesa do que a habilidade e o ataque, tanto nossos jogadores quanto a imprensa, não conseguem entender os métodos do colombiano. Mesmo perdendo oito jogadores essenciais para o seu time ideal, ele consegue manter o Tricolor Paulista entre os primeiros do Campeonato, com grandes chances na Copa do Brasil. O projeto do São Paulo é longo, e seu contrato vale até o final do ano que vem. Depois de quase quatro meses à frente do time do Morumbi, já deu para perceber que é um profissional diferenciado. Não tenho dúvidas de que ele possa acrescentar muito não só para o time que comanda, mas também para o futebol brasileiro. Será uma pena se ele sucumbir a pressão, e por vontade própria, pedir o boné. Para que isso não aconteça, que tal deixar o Osório em paz?
Outros destaques
1º - Tupi perde para o Juventude por 2 a 0. A derrota não é uma daquelas a se lamentar. Jogar no Alfredo Jaconi é complicado, já que a torcida faz do estádio um verdadeiro caldeirão. Mesmo com o revés, o Galo se mantém na ponta da tabela, com dois pontos de vantagem para o Londrina, segundo colocado, adversário da próxima partida, nesse domingo, no Estádio do Café.
2º - Flamengo vence mais uma conquista a sexta vitória seguida no Brasileirão. Mesmo com vários desfalques, time joga bem, aproveita as falhas da Chapecoense e coloca mais três pontos na tabela. Incrível como o Oswaldo acertou o time nesse início de trabalho. Defesa arrumada, sem tomar gols de bola parada, meio de campo conseguindo trocar passes, e um ataque que tem sido bem efetivo, com direito a vários golaços.
Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras", estagiário da Rádio CBN Juiz de Fora e editor e apresentador do programa Mosaico é nascido e criado em Juiz de Fora.