A comodidade da Conmebol
A comodidade da Conmebol
Pois bem, depois do ocorrido, o mundo todo se voltou à apuração dos acontecimentos e os motivos que levaram algumas pessoas a cometer tal ato. Segundo levantamento de vários sites, o problema teve início por conta de uma disputa política dentro da principal torcida organizada xeneize, a "La 12" .
Independente do motivo, era claro que a Conmebol deveria aplicar uma "punição exemplar" ao clube argentino, vencedor seis vezes da Copa Libertadores. Depois de tanto esperar, veio a "tal punição": o Boca foi condenado a atuar em quatro jogos com portões fechados quando for seu mando de campo e a outros quatro, quando jogar fora, sem a presença de sua torcida em competições organizadas pela Conmebol.
Para esse que vos fala, a punição mostra o quão ridículo é o Tribunal Disciplinar da Conmebol. Pela primeira vez, eles tinham provas contundentes para poder aplicar uma sanção que mudaria os moldes da principal competição de clubes do continente, mas, para a infelicidade geral, mais uma vez foi provado a "várzea" que é a Confederação. O mais espantoso é ver a fala do Adrián Leiza, vice-presidente do Tribunal Disciplinar, afirmando que "a punição é histórica", além de afirmar que a pena foi atenuada por conta da "ajuda" dos dirigentes do Boca na identificação dos autores da agressão (veja). Afinal, os cartolas não fizeram o seu trabalho?
O Boca deveria ser impedido de disputar a Libertadores, pelo menos, nos próximos três anos, além da Bombonera ser impedida de receber jogos continentais enquanto não tiver condições estruturais para eventos desse porte. Depois da punição desportiva, os vândalos que causaram a confusão precisam ser identificados, uma vez que agredir uma pessoa com um produto químico é crime. Infelizmente, percebemos que não é só aqui no Brasil que a Justiça, em todas as suas instancias, não funciona. Na Argentina meus amigos, as coisas são bem piores.
Para aqueles que defendem tal ato como "charme da Libertadores", só peço que se coloquem no lugar dos jogadores atingidos, além de imaginar qual seria sua reação caso fosse seu time do coração no lugar do River. Gostamos tanto de comparar nossas competições continentais com as europeias. Partindo desse pressuposto, qual o charme da Uefa Champions League? A organização, os estádios lotados, os jogos técnicos. Se aplaudimos e admiramos tanto o modelo do "Velho Continente", porque devemos celebrar a porrada, as agressões, a catimba e tudo de ruim que cerca as competições sul-americanas? Enquanto formos coniventes, estaremos deixando a Conmebol nos satisfazer com penas esdrúxulas, que só dão mais motivos para que tais acontecimentos se repitam.
Outros destaques
1º - Flamengo bate Limeira e vai para a quinta final em sete edições do NBB. Agora o time rubro-negro espera o vencedor da partida cinco entre Bauru e Mogi Mirim, que acontece nesta quarta-feira, 20 de maio.
2º - Sempre uma emoção poder estar perto dos grandes ídolos do esporte. Vivenciar a vinda de Zico em Juiz de Fora é uma emoção que guardarei para o resto da vida. Além de ver o Galinho de Quintino, ter a oportunidade de ver Petkovic jogando foi sensacional. Que Juiz de Fora olhe com carinho para o que vimos no último sábado para que mais eventos desse porte aconteçam na cidade.
3º - Essa segunda rodada do Campeonato Brasileiro, meu Deus, foi horrorosa. Além de termos duas partidas sem torcida (Joinville vs Palmeiras e Ponte Preta vs São Paulo), tivemos dois jogos terminando sem gols e quatro jogos terminados em um a zero. Isso repete a tese que teremos um campeonato emocionante em termos de tabela, mas sofrível dentro de campo.
4º - Muito interessante a matéria do colega Jamil Chade, do Jornal Estado de São Paulo, denunciando os contratos da CBF para a comercialização dos jogos da seleção brasileira. Segundo a matéria, o contrato prevê que os parceiros da Confederação sejam notificados dos jogadores convocados para defender a "amarelinha". Cada sujeira dessa explica os gols da Alemanha na semifinal da Copa do Mundo.
Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras", estagiário da Rádio CBN Juiz de Fora e editor e apresentador do programa Mosaico é nascido e criado em Juiz de Fora.