An?lise do Pan-Americano

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An?lise do Pan-Americano
Matheus Brum 27/07/2015

Análise do Pan-Americano

Depois de mais de duas semanas de disputa, o Pan-Americano de Toronto se encerrou sem deixar grandes saudades. Infelizmente, a competição continental não consegue emplacar grandes emoções ao torcedor, a não ser aquele que é apaixonado pelos esportes olímpicos. O "Time Brasil" terminou a disputa com 141 medalhas no total, sendo 41 de ouro, 40 de prata e 60 de bronze, ficando abaixo do que conseguiu nas edições de Guadalajara (48 de ouro, 35 de prata e 58 de bronze, 141 no total) e no Rio de Janeiro (52 de ouro, 40 de prata, 65 de bronze, 157 no total).

A principal meta do COB, Comitê Olímpico Brasileiro, é colocar o país entre os dez primeiros colocados no quadro de medalhas nas Olimpíadas. Para conseguir tal feito, os atletas tupiniquins precisariam ganhar em torno de 7 a 9 medalhas de ouro, fazendo uma comparação com os países que ficaram na décima posição nas últimas três Olimpíadas. (em 2004, Grâ-Bretanha teve 9 medalhas de ouro; em 2008, os franceses ganharam 7 vezes, e em 2012, 7 australianos subiram ao lugar mais alto do pódio).

Mesmo sem termos os principais competidores do mundo em diversas modalidades, podemos usar a competição de Toronto como uma pequena base para vermos a evolução dos esportes no Brasil. Há alguns pontos muito positivos, como a prata do Polo Aquático masculino, depois de um terceiro lugar na Liga Mundial; o ouro de Arthur Zanetti nas argolas; o ouro de Yane Marques no pentatlo moderno; os belos resultados de Isaquias Queiroz na canoagem; o ouro e o terceiro melhor tempo do mundo de Felipe França nos 100m peito, além é claro, do recorde de medalhas conquistado por Thiago Pereira.

Outros esportes conseguiram grandes resultados, como judô, tênis de mesa, natação e ginástica rítmica. Porém, as principais escolas e atletas do mundo não estavam na competição. Logo, é precoce aumentar o otimismo em relação às marcas, pontuações e medalhas desses atletas justamente pelo Pan não ter o mesmo nível que um Campeonato Mundial ou uma etapa da Copa do Mundo.

Mas, como toda regra tem uma exceção, alguns esportes foram muito "mal das pernas", como o atletismo. A categoria que sempre medalha para o país, independente da competição, mandou mal, conquistando apenas uma medalha de ouro, mostrando que muita coisa está errada na preparação para os Jogos Olímpicos.

No que tange aos esportes coletivos, nenhuma grande surpresa. Handebol feminino, atual campeão mundial, venceu fácil a competição, e o masculino, que não está entre os tops do mundo, conseguiu recuperar a hegemonia das Américas ao vencer a Argentina. Futebol feminino venceu fácil, e o masculino amargou mais um vexame. Tanto o vôlei feminino, quanto o masculino, foram com seus times reservas para a competição. Então as duas medalhas de prata são lucro. O polo aquático masculino mostrou que está em franca ascensão ao ficar com a prata, e o feminino mostra que está atrás das grandes potências mundiais. Já no Basquete, vexame das meninas, e um título "fácil" no masculino. Como na grande maioria das competições o Brasil estava sendo representado por um time misto/reserva, teremos que esperar os grandes eventos de cada esporte para uma avaliação mais fidedigna.

Porém, acima de qualquer análise, ainda fico com uma pulga atrás da orelha. Desde que o Brasil ganhou a disputa para a sede dos Jogos Olímpicos, em 2009, só se fala do famoso "projeto Olímpico". Tudo se resume a como nossos atletas irão sair no ano que vem. Além da pressão descomunal que terão por competir em casa e de ter os "olhos do mundo" voltados para o Rio de Janeiro, deixo uma pergunta no ar: Estamos no início de um projeto que visa tornar o Brasil uma potência olímpica, ou estamos praticando a política do "inglês ver", apenas para fazer bonito dentro de casa, para depois tudo voltar ao amadorismo?

Outros destaques

1º - Bom empate do Tupi jogando no sul do país contra o Brasil de Pelotas. Em uma partida de "seis pontos", o Galo soube jogar e não se complicou na tabela. Tá tudo embolado no Grupo B da Série C. No próximo domingo, joga contra o Tombense aqui em Juiz de Fora, e o time precisa da vitória, para afastar os últimos resultados ruins diante da torcida, tanto pelo Brasileiro, quanto pela Copa do Brasil.

2º - Para os vascaínos que apoiaram Eurico Miranda, só digo: "Eu avisei". Ta aí o respeito que tanto desejavam. Afinal, quem é Eurico Miranda?.

3º - Em uma corrida alucinante, Vettel acaba com o domínio das Mercedes e vence na Hungria. O mesmo não pode dizer Massa, que mais uma sofre no circuito de Hungaroring e termina em 12º. Agora a Fórmula 1 entra na tradicional férias de meio de ano e volta a ativa no dia 23 de agosto, no tradicional circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica.


Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras", estagiário da Rádio CBN Juiz de Fora e editor e apresentador do programa Mosaico é nascido e criado em Juiz de Fora.