Pol?ticos, esportistas e personalidades da culturafalam sobre suas crenças na hora da virada
Rep?rter: Ricardo Corr?a
Colabora??o: Rita Couto
Edi??o: Ludmila Gusman
Designer: L?via Mattos
Da simples veste branca, aos ritos mais complexos, como pular sete ondas, comer determinadas frutas, subir em cadeiras ou pronunciar certas palavras, a passagem de um ano para o outro ? certamente o momento em que os ritos simp?ticos (que dizem respeito ?s simpatias) s?o mais executados pelas pessoas comuns. Independente de idade, sexo, ou classe social, todo mundo renova os desejos de paz, esperan?a e, mesmo sem acreditar, n?o custa nada tentar fazer alguma coisa que possa ajudar a realizar esses desejos.
Caso de Wendell Guiducci, vocalista da banda Martiataka. Embora diga que n?o
tem supersti?es e n?o faz nada de especial, ele participa da mais popular
simpatia de fim de ano. "N?o acredito muito n?o, mas ?s vezes uso branco", diz o m?sico. Seu colega de
profiss?o, Chico Bustamante, do Beatles
Forever, tamb?m jura n?o ter nenhuma
supersti??o e diz que sua ?nica tradi??o ? passar o R?veillon ao lado da
fam?lia. Mas com Jos? Luiz Ribeiro ? diferente. O diretor de teatro e
professor da UFJF reconhece que sua virada de ano ? cheia de simpatias. O
descendente de portugueses diz que realiza o que chama de 'supersti?es de
praxe'. "Eu como arroz com lentilha, sete uvas passas, e subo na cadeira na
virada do ano para o m?o n?o pegar", diz. A pol?tica da supersti??o "Sempre que posso passo na praia. N?s reunimos toda a fam?lia e temos sim
nossas supersti?es. Em rela??o ? cor tem essa coisa de que cada ano tem uma
n?o, ?? Mas normalmente eu passo de branco. Tem tamb?m aquela hist?ria do
barco. "Depois n?s pulamos as sete ondas e jogamos as palmas", ressalta, mostrando
que segue v?rias supersti?es.
Mas o caso do vereador Rodrigo Mattos n?o ? comum na C?mara Municipal de
Juiz de Fora. A maioria ? como Fl?vio Cheker, do PT. O vereador pode at? n?o
acreditar, mas prefere n?o estragar a "brincadeira" no final do ano. "Eu passo de branco para entrar no coro geral das boas inten?es, mas ? mais
por tradi??o e n?o por uma supersti??o particular minha", explicou o
vereador, que tem a posi??o parecida com Dr. Waldir, do PTB, mostrando que o
mesmo assunto que divide os tucanos, une opini?es de oposicionistas e
governistas. "? roupa branca, cerveja e cacha?a", brinca, para depois ressaltar que, mais
que supersti?es, acredita muito em Deus. A religiosidade ? ainda mais forte
em sua colega de partido, a evang?lica Rose Fran?a. A vereadora n?o usa
roupa branca e nem faz simpatias, mas n?o abre m?o de uma coisa durante a
passagem de ano : "Uma tradi??o que eu tenho e que n?o abro m?o de jeito nenhum ? passar o ano
novo dentro da Igreja, junto com minha m?e e milha filha, ajoelhada para
agradecer pelos momentos bons e ruins e pedir pelo pr?ximo ano", ressalta
ela. Superti??o como esporte Depois de um ano conturbado no Tupi, o presidente do clube, Lu?s Carlos
Monteiro, avisa que n?o ser? com base na supersti??o que o Galo Carij? ir?
recuperar suas for?as no ano que vem. O dirigente do time de Juiz de Fora
n?o se considera supersticioso e diz que o ano novo ? momento de
agradecer.
"N?o tenho supersti??o. Tenho ? muita f? em Deus e no trabalho. Acho que uma
das coisas mais importantes ? agradecer, pedir sa?de e paz", ressalta.
O caso da biker Roberta Stopa ? parecido. Ela tamb?m n?o costuma fazer parte
das supersti?es de fim de ano. Na verdade, costuma at? estar sozinha nessas
horas. "N?o tenho uma supersti??o, mas gosto de passar no litoral, de branco e azul
e sempre pular ondas. N?o sei se isso ? bom mas me sinto bem fazendo.
Pensando melhor, acho que sou bem supersticioso", reavalia.
Caso curioso ? do karateca Rousimar Ferreira Neves, que costuma representar
o pa?s em campeonatos mundiais de karat?. Embora acredite que o esp?rito n?o
sofra interfer?ncia de supersti?es, ele acaba participando da mais
tradicional. Acostumado a vestir branco para lutar, no fim de ano ele muda
um pouco, e veste a cor da paz exatamente para evitar um atrito.
"A mulher fica pedindo e ent?o eu coloco roupa branca", diz.
N?o podemos dizer que os vereadores de Juiz de Fora s?o supersticiosos. A
maioria dos entrevistados diz que apenas acompanha a tradi??o da roupa
branca, mas afirma n?o acreditar muito no assunto.
Enquanto o m?dico Ant?nio Jorge, presidente do partido na cidade, diz que ?
completamente pragm?tico e n?o possui nenhuma supersti??o, o secret?rio
tucano, e filho do deputado federal Cust?dio Mattos mostra que realiza
v?rias delas na passagem de ano.