Teste sugere vinhos baratos e com boa qualidade para a ceia de Natal

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Teste sugere vinhos baratos e com boa qualidade para a ceia de Natal

Pesquisa sugere vinhos baratos e com boa qualidade para a ceia de NatalTeste laboratorial comprova que mesmo os vinhos mais em conta têm qualidade suficiente para figurar na ceia natalina. Diferença é sensorial

Victor Machado
*Colaboração
20/12/2011

Quem acredita que os vinhos mais baratos devem ficar de fora da ceia natalina pode estar enganado. A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste) realizou um teste, em laboratório, com 34 marcas de vinhos nacionais, chilenos, espanhóis, portugueses, italianos e argentinos para verificar a qualidade e a rotulagem. O preço das bebidas analisadas variou entre R$ 9,70 e 59,18. No teste, foram verificados se os rótulos traziam as informações obrigatórias, orientações adicionais, modo de conservação e dicas de consumo, além de ter sido realizada uma análise sensorial com sommeliers e consumidores.

Foi identificado que a maior parte dos rótulos das bebidas é completo, com informações adicionais importantes para o consumidor. Apenas a marca Del Diabo (Chile) não informa como o produto deve ser conservado. Nenhum dos vinhos testados apresentou diferença significativa entre o teor alcoólico declarado e o medido. Todos os vinhos foram bem avaliados no quesito acidez, que influencia na qualidade, na conservação e no valor comercial da bebida. A exceção foi a marca argentina Finca Flichman, com acidez elevada.

Apenas o vinho Bolla (Itália) apresentou um nível de dióxido de enxofre próximo ao limite permitido pela legislação europeia (que foi utilizada no teste por ser mais rigorosa). Segundo a Proteste, a legislação brasileira regulamenta o teor máximo de enxofre em 350 mg/l. Porém, a associação considera o valor alto e, apesar de saber da necessidade de adição de dióxido de enxofre para a conservação do vinho e manutenção do sabor, alerta que se utilizado em grandes quantidades deixa o produto com odor e sabor desagradáveis. O limite da legislação europeia é de 150 mg/l e nenhum dos 34 vinhos testados ultrapassou esse valor.

Outro item avaliado pelo teste foi a concentração de açúcar, responsável por definir a classificação do tipo de vinho: seco, meio seco e doce (ou suave). O único que apresentou divergência entre o teor de açúcar medido e a denominação foi o Gato Negro, com 6,5 g/l de glicose, o que o caracteriza como vinho seco. Com o teste, a associação concluiu que os vinhos não apresentaram muitos problemas e que a grande diferença ocorreu na análise sensorial feita com consumidores e sommeliers. Além disso, concluiu que os preços encontrados nas adegas e importadoras são mais baratos do que os de hipermercados e supermercados.

Confira o resultado do teste

*Victor Machado é estudante do 8º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken