Entre o estudo e a divers?o ::: 23/04/2003
Essa semana encontrei com um velho conhecido. Estudamos juntos. Passei na
empresa dele (um cursinho personalizado) e quando vi seu nome no panfleto
n?o tive d?vidas: era ele mesmo. Ainda assim perguntei e ele confirmou.
Engra?ado ? que ele na hora comentou: voc? deve se lembrar de mim como
aquele bagunceiro que sempre tava metido em farra e confus?o. Realmente em
quase tudo ele estava metido. ? claro que eram apronta?es adolescentes,
mas... Curioso ? que durante a conversa ele me disse que acabou tendo que
?dar um jeito na vida? depois de ser reprovado. Outro grande amigo ? fizemos
o CTU juntos ? tamb?m j? me relatou algo semelhante. N?o queria estudar e
tudo era mais importante. Quando foi reprovado pela terceira vez na s?tima
s?rie tomou uma decis?o: aquilo nunca mais ocorreria, agora iria estudar.
Assim o fez. At? pegou gosto pelo estudo e se ?deu muito bem?. V?rios outros exemplos poderiam ser citados. Voc? mesmo deve conhecer algu?m
ou quem sabe isto n?o ocorreu ou est? ocorrendo com voc?. O que considero
pertinente para este artigo ? que muitas pessoas t?m dificuldades com o
limite entre estudo e divers?o. Ora, a adolesc?ncia ? um per?odo de grande
?efervesc?ncia? hormonal. Tudo muda, tudo se transforma. Nesse turbilh?o
busca-se descobrir, experimentar e viver. A quest?o ? que ? um per?odo onde
est? em andamento nossa forma??o acad?mica. E o que fazer ent?o? Ser? que estudo e divers?o s?o incompat?veis? Acredito que n?o. O que nos
falta s?o limites. Ou seja, separar tempo para o estudo e tempo para a
divers?o, farra ou o que quer que chamem hoje em dia. O que nos parece ? que
exatamente no ?melhor per?odo da vida? ? esta ? a sensa??o que temos ? n?o
podemos viver plenamente.
Precisamos estudar. Poxa! - perguntam alguns -
n?o d? para praticar apenas e aprender com a vida? ? poss?vel conciliar as
duas coisas. At? porque nessa fase sempre encontramos grandes amigos,
grandes paix?es, grandes revoltas. Tudo ganha uma dimens?o bem maior.
Vivamos o presente, mas sem esquecer do futuro. Esta senten?a ? repetida
in?meras vezes. Por?m mesmo assim n?o a levamos muito a s?rio. E mais ?
frente, quando o futuro vira presente nos lamentamos por decis?es erradas.
Outra pergunta: ser? que s? podemos mudar e perceber o erro depois de
quebrarmos a cara? A maioria dos relatos sobre este assunto v?m acompanhada
de express?es como "depois de..."; "n?o tinha mais jeito" ou "n?o dava
mais". N?o ? preciso ter chegado ao limite ou ter quebrado a cara. Podemos
evitar isto. Mas se n?o for poss?vel que a experi?ncia possa ser ?til como
foram a dos dois amigos que relatei.
O que precisamos ter claro s?o nossos objetivos. Sabermos o que queremos.
Mas poucos s?o aqueles que desenvolvem esta habilidade, ou melhor,
compet?ncia. Em seu livro Intelig?ncia Emocional, Daniel Goleman cita
um teste realizado com crian?as de 3 a 4 anos e que tem sido um bom
indicador de sucesso futuro. O teste consiste em oferecer um bombom ?
crian?a e dizer que se ela n?o com?-lo at? o experimentador voltar ela
ganhar? mais um bombom. Caso coma antes dele retornar a crian?a n?o ganhar?
outro. Por fim, crian?as que adiavam a realiza??o de um prazer por uma meta
maior, ou um prazer maior futuro, tinham uma boa probabilidade de sucesso. O
controle do impulso ? um bom indicador de possibilidade de realiza??o. O
acompanhamento de v?rias dessas crian?as comprovou o estudo. E voc? consegue
adiar um momento que pode ser legal por um objetivo maior? Isto ? meta. Isto
? limite. Voc? n?o deve abrir m?o de tudo. N?o vale s? estudo sem divers?o.
? preciso equil?brio entre os dois lados. Pense nisso. Fa?a acontecer e
sucesso.
Eduardo Santos ? psic?logo e consultor
formado pelo
Centro de Ensino Superior
de Juiz de Fora
e P?s-Graduado em Consultoria em RH.
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