Jonas e William, uma amizade diferente
Jonas e William, uma amizade diferente
Eram dois irm?os, o mais velho, Anderson, com 25 anos e Alexandre, com 20.
Eles tinham uma irm? chamada Rose que gostava muito de bichinhos. Ela n?o tinha prefer?ncias, gostava de todos os animais. Seus dois irm?os, Anderson e Alexandre, eram apaixonados por ela e faziam tudo para agrad?-la. Com o Natal chegando, eles decidiram presente?-la com um papagaio.
Na v?spera de Natal, Alexandre foi at? a padaria bem cedinho e no caminho encontrou miando, com fome e frio, um gatinho muito magrinho e completamente sozinho. N?o teve d?vidas, recolheu o pobre bichinho e levou imediatamente para os bra?os de Rose.
Quando a porta se abriu, a irm? j? sabia que o gatinho era para ela. Como era de se esperar em menos de duas horas o gatinho j? estava acomodado, limpinho, alimentado e dormindo serenamente numa caixinha improvisada do lado da grande ?rvore de natal.
Quando Anderson chegou do trabalho, todo feliz com o p?ssaro que ele e seu irm?o haviam comprado para Rose, deparou-se com o gato, logo exclamou:
A m?e vendo a indigna??o de Anderson e o desaponto de Alexandre, veio logo
explicando:
- Calma meu filho, os dois s?o filhotes. Eles v?o ser amigos j? que v?o ser
criados juntos desde pequenininhos. Tudo vai dar certo.
Anderson, teimoso, n?o concordando muito com a m?e foi logo dizendo:
- Mas ela vai comer o nosso papagaio quando crescer!
- De jeito nenhum, Anderson. Imagina. V?o crescer juntos, pegar amizade.
Entendo de bicho. Problema nenhum! - exclama a m?e.
Com o passar do tempo, o que a m?e havia previsto realmente estava
acontecendo: o gato e o p?ssaro eram realmente amigos. T?o amigos que o
papagaio William, como era chamado, andava nas costas do gato
Jonas, dentro
de casa. Juntos cresceram e amigos ficaram. Entre a fam?lia tudo era
felicidade, Rose tinha os olhos mais felizes do bairro, quando se sentava na
varanda pela manh? com seus bichinhos.
? domingo bem cedo, os dois assim que acordaram foram jogar bola no clube.
A tardinha, os irm?os estavam vendo um jogo na tv, quando o Jonas entra pela
sala trazendo em sua boca William morto, toda sujo de terra. Anderson vendo
aquela cena por pouco n?o matou Jonas. E repetia muito nervoso a mesma frase
de um ano atr?s:
-Eu tinha raz?o! N?o falei que isso ia acontecer n?o falei? Anderson
estava certo. E agora, meu Deus, e agora?
A primeira provid?ncia foi bater em Jonas, escorra?ar o animal, para ver se
ele aprendia um m?nimo de amor pelos amigos. Claro, essa amizade s? pod.
Falta menos de 1 hora da nossa Rose chegar . E agora? Eles se olhavam?
Jonas ficou ronronando l? fora, triste, lambendo as pancadas.
- J? pensaram como vai ficar Rose? Isso ? sua culpa! - Alexandre dizia para
Anderson.
Foi a? que Alexandre teve uma id?ia:
- Vamos dar um jeito para que Rose n?o perceba que o Jonas matou
William. Vamos dar um lavada nele, deixar ele bem limpinho e colocamos
ele no puleiro.
E assim fizeram. William parecia vivo, falou Alexandre. Ele foi
colocado l? com as perninhas encolhidas e preso de modo a n?o cair.
Meia hora depois eles ouvem o barulho do carro, notam o port?o da garagem se
abrindo. Era Rose voltando. Cinco minutos depois Rose entra na sala com o
olhar triste, como os olhos vermelhos e muito abatida.
- William... - murmurou Rose
- O que tem o William? Respondeu.
- Morreu ! - disse Rose com os olhos cheios de l?grimas
- Morreu? Ohhh!!! Ainda hoje ? tarde parecia t?o bem ! - exclamou
Alexandre.
- Morreu, hoje bem cedinho. Quando n?s sa?mos para ver a vov? as
5:00 horas da manh? ele j? estava morto!
- Morto??!! - grita Anderson, pensando l? com seus bot?es. Ser? que eles
sabiam que Jonas havia matado William e n?o fizeram nada?
- Foi ! Antes de partimos. Morreu a noite dentro da gaiola. N?o ficamos
sabendo porque. Papai foi quem o enterrou debaixo da roseira no fundo do
quintal.
Anderson, com os olhos transbordando de l?grimas olha para Jonas deitado
encolhido sem entender nada do que se passara com ele naquele triste dia. O
dia em que seus donos pela primeira vez resolveram lhe bater s? porque ele
passou o dia inteiro procurando incansavelmente seu amiguinho William.
Sim, meu querido amiguinho hoje eu quis falar com voc?s sobre os seres
humanos, que n?o pensam duas vezes antes de agir, que acusam sem antes saber
de toda a verdade. Dos que julgam os outros pela apar?ncia. Anderson,o irm?o
mais velho de Rose, era um desconfiado e n?o acreditava que um gatinho
pudesse amar e gostar muito da companhia de uma ave sendo eles t?o
diferentes. Mas meus queridos amiguinhos posso falar para voc?s que os
animais sabem muito bem o que ? amor, amizade, respeito, e principalmente
fidelidade. Foi sobre estes sentimentos que eu falei este m?s para voc?s
nesta hist?ria.
Talvez William tenha morrido
simplesmente porque n?o era um animalzinho livre. Pense nisso antes de
comprar um bichinho de estima??o. Pe?a seus pais para perguntar a um
veterin?rio ou bi?logo amigo seu se aquele animalzinho vive bem domesticado.
Autoria: M?rcia Ribeiro Pinto
Revis?o: William C. C. Almeida
* Sociedade Juizforense de Prote??o aos Animais