Animais sentem ci?mes e saudades
Animais sentem ciúmes e saudades Especialista em comportamento dos bichos dá dicas para evitar que os sentimentos causem problemas dentro de casa
Repórter
4/4/2009
Se os animais percebem que estão sendo trocados por outro cachorro, por algum estranho ou até por um membro da casa, rosnam, choram ou ficam isolados. O comportamento não é fora do comum e tem nome: ciúmes. Animais de estimação são ciumentos e expressam suas emoções.
De acordo com o zootecnista, especializado em comportamento animal, Alexandre Rossi, o cão expressa ciúme com intuito de defender o que considera importante para ele. "É um comportamento instintivo que, de certa forma, está presente tanto em cachorros quanto em humanos."
O território, os objetos e o próprio dono são as preocupações dos cachorros.
Segundo Rossi, diante de uma situação que desperte ciúme, o cão pode reagir de duas formas diferentes. "Ele pode se afastar e perder o interesse pela situação ou tentar intervir, latindo, mostrando agressividade ou de algum outro jeito."
"Ele tenta nos separar e quando não consegue começa a chorar."
Segundo Leila, o cão ainda tem ciúme de crianças e não gosta da presença de homens. "Ele se sente inseguro. Quer ser o único macho da casa",
brinca.
Conforme Rossi, para evitar que o cão tenha esse tipo de comportamento, o ideal é relacionar a visita de uma pessoa a algo bom para ele. "Quando alguém fora do convívio chegar, dê mais carinho ao animal ou ofereça um petisco. Ele vai associar a presença daquela pessoa à satisfação, evitando o ciúme."
Rossi afirma que o nível de ciúme pode estar relacionado à raça do animal. "Um rottweiler tem instinto de proteção do território muito aguçado. É bem agressivo quando está com ciúme da casa."
A criação também pode gerar esse comportamento. "Um cachorro acostumado com atenção exclusiva vai estranhar quando tiver que dividi-la."
Saudade
De acordo com Rossi, os animais podem sentir falta de uma pessoa da casa, mesmo rodeados de outras. "Se for alguém com quem o cão teve muito convívio, é comum ele perder o interesse por brincadeiras ou parar de comer."
O ideal é preparar o bichinho para que ele não sofra. "Ao sair, deixe que o animal tenha acesso aos locais com cheiro das pessoas da casa. E não permita que o cão seja um grude, uma sombra, seguindo o dono o tempo todo."
"Morávamos todos juntos e ela estava acostumada com o movimento. Nos 15 primeiros dias sem os donos, ela passou a defecar e urinar dentro de casa. Parou de brincar e ficou sem comer. Ficamos preocupados"
, conta a dona de casa, Ivone Silveira Coelho.
Para amenizar o sentimento, Ivone deixa que Lilica ouça a voz de seus donos, enquanto conversa com eles pela internet. "Ela reconhece a voz deles e os procura pela casa."
Os textos são revisados por Madalena Fernandes