Entrevista, an?lise familiar e segurança norteiam adoções de animais
Entrevista, análise familiar e segurança norteiam adoções de animaisPara adotar um animal no Canil Municipal, todos os membros da casa são analisados para garantir a segurança do pet. Futuro dono assina termo de adoção
Repórter
18/1/2012
Entrevista, análise da família e a segurança dos pets são os preceitos que decidem se as adoções de animais devem, de fato, ocorrer em Juiz de Fora. Segundo a veterinária responsável pelo Canil Municipal, Liza Helena Nery, quando uma pessoa quer adotar um bichinho, a primeira medida do órgão é questionar os motivos que levaram a pessoa a procurar o canil. "Perguntamos o porquê e para que a pessoa quer um cão, a fim de evitar que ela leve um animal e não dê o tratamento correto a ele."
Segundo Liza, não só o perfil da pessoa que chega ao canil é analisada. O procedimento é apurar se todas as pessoas que compõem a família gostam de animais. Se alguém na casa não tem afinidade com bichos, a adoção não é autorizada. "Tem gente que procura o canil para fazer a reprodução dos cachorros ou para vendê-los. Fazemos a pesquisa, também, para evitar que ocorram transtornos posteriores." O canil tenta direcionar os cachorros de forma que eles fiquem em uma situação segura.
Para adotar, é necessário que a pessoa seja maior de idade. É exigido que seja preenchida uma ficha que estabelece o comprometimento em tratar bem do animal, além de apresentar cópias do CPF, carteira de identidade e do comprovante de residência, sendo assinado, ainda, um termo de adoção, para evitar que o cão seja novamente abandonado.
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Liza acredita que uma autoavaliação também deve ser feita. As famílias devem ficar atentas ao espaço físico disponível e também à manutenção dos bichinhos. A vontade de ter um companheiro vai além do querer. "Sempre que alguém se propõe a adotar um bicho tem que pensar se tem condições de manter o animal. O cachorro, por exemplo, tem, em média, 15 anos de vida, precisa ser vacinado, tem que ir ao veterinário constantemente e pode ficar doente. A pessoa tem que pensar em todas essas questões", explica a especialista.
Segundo ela, o fundamental é pensar no espaço que a pessoa tem para criar o animal, além do tempo a ser dedicado ao bicho. "Às vezes, a pessoa quer um animal e não tem espaço suficiente para cuidá-lo. Alguns animais precisam de muito espaço e não podem ser criados em ambientes como apartamentos."
Ainda segundo ela, mesmo que alguns bichos se adaptem bem a ambientes pequenos, eles também precisam de outras atenções, é o caso do cachorro da raça poodle. "O poodle é um cão de companhia, mas se a pessoa não souber orientá-lo, ele pode se tornar um animal agressivo. Então, o ideal é educar, desde pequeno, qualquer tipo de animal, para que, no futuro, o dono consiga mantê-lo. Os animais têm que ser condicionados para se adaptarem a esses costumes." No caso do cão da raça pitbull, se essas práticas não forem introduzidas no animal, a agressão pode ser em grau muito maior do que a do poodle.
Adoção por impulso
Para que a pessoa não tenha problemas posteriores à adoção, a especialista indica que o indivíduo procure um veterinário antes de tomar a decisão. "A pessoa precisa ter informações se o animal que ela está querendo é adequado para o tipo de ambiente em que ela vive. Se ele não é agressivo. As formas de educá-lo e também as características da raça."
A adoção ou até mesmo a compra por impulso, apenas para agradar os filhos, não é aconselhável. "No final, quem cuida são sempre os pais." Segundo Liza, tais medidas evitam que as famílias fiquem com os animais apenas por um tempo e, depois os abandonem, o que é crime conforme o artigo 32 da Lei Federal nº. 9.605/98, podendo a pena variar de três meses a um ano de reclusão, além de multa.
Amor por cachorros
A paixão por animais fez com que a médica veterinária Neísa Teixeira Loureço abrigasse animais abandonados e os disponibilizasse para doações há quinze anos. "Sempre me sensibilizei com os bichos. Quando cheguei a Juiz de Fora, conheci outras pessoas que também gostam de animais", diz a veterinária, que atualmente tem 20 cães para adoção, além de ajudar animais de outras famílias, que não tem condições de tratar dos bichos. "Pego os animais com problemas e cuido. Só depois de vacinados, tratados e castrados, faço as doações", afirma. Segundo ela, durante esse tempo, mais de cem cães já passaram pela sua casa.
Procura
Segundo Liza, as pessoas solteiras e as crianças (acompanhadas dos pais) são o maior público da adoção de animais. "Atualmente, a procura por cães de porte menor e pelos de guarda são a maioria, porque as pessoas estão morando mais em apartamentos e outras estão optando pela segurança das residências", explica.
Neísa também garante que os cães mais procurados são os de raças. "Quem mora em apartamento prefere os de pequeno porte. Já quem mora em casa, pela questão da segurança, preferem os de maior porte. Com essa situação, os de médios portes e os vira-latas sempre sobram." De acordo com Neísa, existe um preconceito com os vira-latas e os cães adultos." As pessoas sempre preferem os cães mais novos. Mas os adultos são boas opções, uma vez que o tamanho já é conhecido, além de se saber o comportamento do cão."
No Canil Municipal existem 400 cães, sendo que 150 estão aptos à adoção, com condições saudáveis e vacinados. O canil fica na rua Martins Barbosa, em Nova Benfica (anexo à Usina de Reciclagem de Lixo). O horário de visitação é de segunda a sexta-feira, das 9h às 10h30 e das 13h às 15h30. Para entrar em contato com Neísa, o telefone é (32) 3236-8854.