M?gica

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M?gica "A arte das artes"

Colabora??o: Guilherme Oliveira
10/07/2007

As m?os embaralham e se agitam, nem o olhar mais atento consegue acompanhar o que realmente aconteceu. Assim, a milenar arte da m?gica, dos truques mais simples de cartomagia aos coelhos retirados da cartola, cruzou mil?nios sem perder o encanto.

Da primeira apari??o, que conta a hist?ria, de um m?gico chamado Dedji que em 1500a.c "arrancou" a cabe?a de um pato na frente do Rei e depois colocou-a de volta, esse profissional j? ficou conhecido como mago, bruxo, vidente... Em ?pocas como o da inquisi??o, eles pagaram um alto pre?o por isso, quando muitos foram parar na fogueira.

Se todo o mist?rio dessa arte intrigou sociedades e igreja durante s?culos e seu encanto n?o se perdeu, j? a famosa frase que diz que "um m?gico nunca deve revelar o seu segredo" parece n?o importar mais.

Truques descobertos pela televis?o, mostrados passo a passo, al?m da internet, possibilitam que em 30 minutos um simples mortal possa se tornar um ilusionista, fato que preocupa o m?gico juizforano Rafael Titonelly, de 19 anos.

"A primeira coisa ? ser fiel ? m?gica e n?o se vender por ela. ? uma palha?ada, um desrespeito mostrar tudo que ? feito, na TV, para ganhar dinheiro", diz o m?gico.

Sem contar o segredo, mas com o intuito de formar uma nova gera??o fiel de m?gicos, Rafael que d? cursos de ilusionismo, aconselha. "Se voc? quer come?ar a fazer m?gica, estude e treine bastante n?o s? a parte t?cnica, mas sua teoria e hist?ria. Mostre em casa para os familiares e amigos, para ver o que voc? est? errando. Veja sempre v?deos, shows, e leve a m?gica a s?rio. Muitos pensam que ser m?gico ? vestir uma cartola e comprar baralhos. O que menos interessa ? o efeito e sim a forma como voc? se apresenta", d? a dica.

O come?o

Rafael se interessou pela m?gica aos oito anos de idade quando viu, no Rio de Janeiro, apresenta?es do circo Thianny. "Fiquei louco com aquilo. Fiz contatos com todos e hoje muitos s?o meus amigos".

Desde ent?o, Rafael trouxe para a cidade tudo que aprendeu e atualmente se apresenta em abertura de shows, participa de eventos, como o "Rodizio de gargalhadas", e fundou o Clube de M?gicos de Juiz de Fora e Regi?o que se re?nem duas vezes por m?s para discutirem id?ias e promoverem eventos.

A vida n?o ? f?cil
A ?poca da inquisi??o j? passou, mas at? hoje os m?gicos s?o considerados por muitas pessoas como "coisa ruim", "que n?o ? de Deus". Al?m disso, um m?gico tamb?m tem que se acostumar com tudo e saber sair de certas situa?es constrangedoras. Rafael traz no curr?culo algumas situa?es inusitadas, como apanhar em plena apresenta??o e se apresentar para festas de bonecas e cachorros.

"Me chamaram para apresentar um show infantil para o anivers?rio da "Suzy", quando cheguei era um monte de senhoras idosas com bonecas de porcelana no colo. Outra vez estava fazendo um show numa pra?a de alimenta??o e fiz uma das minhas especialidades, o Pick Pocket (que significa "pegar do bolso"). O cara achou que eu ia roubar o rel?gio da esposa dele e bateu com a minha cabe?a nos pratos e at? hoje n?o recebi do local pelo show", ri.

Muy amigo

Qualquer m?gico gosta de ver a satisfa??o do p?blico com o seu trabalho. Mas Rafael j? passou por uma situa??o nem um pouco agrad?vel. "Fui fazer o n?mero que uma linha atravessava o pesco?o do meu assistente e contratei dois homens para puxar a corda. Ao inv?s de de ser uma corda de l?, s? consegui uma de caminh?o e quando eles puxaram cortou um pouco o pesco?o dele e come?ou a sangrar e todo o p?blico come?ou a rir e depois ainda levei um soco dele", lembra do epis?dio que ocorreu com o ainda amigo, mas n?o mais assistente.